MPF cobra informações de governadores sobre hospitais de campanha desativados
Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - O Ministério Público Federal (MPF) enviou um pedido de informações complementares a todos os governadores a respeito da situação dos hospitais de campanha previstos, construídos e desativados nos Estados em meio à pandemia de coronavírus no país.
O ofício tem por objetivo complementar informações requisitadas aos chefes dos executivos estaduais no dia 12 de março, consideradas insuficientes, segundo o MPF. O pedido foi enviado na sexta-feira pela subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo, aliada do procurador-geral da República, Augusto Aras.
O pedido da subprocuradora visa obter informações sobre o uso de verbas federais e estaduais na construção de hospitais de campanha -- uma das linhas de apuração da CPI da Covid do Senado, que deverá ser instalada formalmente nesta semana.
Em linha com o pedido do MPF, o presidente Jair Bolsonaro tem defendido que repassou bilhões de reais para Estados e municípios manterem as estruturas para enfrenamento à pandemia, como os hospitais de campanha.
Em nota, o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), disse que o colapso da saúde "se deu pela falta de profissionais em praticamente todos os Estados brasileiros, levado pela velocidade de transmissibilidade das novas variantes e pela ausência da coordenação central, do governo federal, que foi avisado e não ajudou na contenção".
"Não era razoável manter por vários meses hospitais de campanha a um custo diário por cada leito e de julho para frente foi assim, e ainda tendo disponibilidades de leitos permanentes. O problema não foi cama ou mesmo respirador, desta vez foi falta de profissionais que são necessários especializados em Unidade de Tratamento Intensivo - UTI, especialmente: médicos intensivistas, anestesistas, cardiologistas, neurologistas etc", afirmou.
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