Dólar se acomoda após quedas recentes; exterior pesa
Por José de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em ligeira baixa nesta terça-feira, com o dia pior nos mercados externos servindo de argumento para uma pausa depois de a moeda cair expressivamente por cinco sessões e fechar na véspera na mínima em um mês.
O dólar à vista registrou variação negativa de 0,09%, a 5,5486 reais na venda, novo piso desde 23 de março (5,5168 reais). Na B3, o dólar futuro subia 0,30%, para 5,5665 reais, às 17h13.
Ao longo do pregão no mercado à vista, a moeda oscilou entre 5,5891 reais (+0,64%) --logo depois da abertura-- e 5,5037 reais (-0,90%), no fim da manhã. Lá fora, o dólar subia e as bolsas de valores nos Estados Unidos caíram, por receios de aumento de casos globais de Covid-19.
As cinco quedas anteriores do dólar no Brasil ocorreram na esteira de expectativas de algum desfecho menos heterodoxo para o Orçamento. Na noite de segunda-feira, o Congresso Nacional aprovou um projeto de lei que altera a LDO e traz ajustes, com o aval do governo, para permitir a controversa sanção do Orçamento deste ano. O texto, que abre espaço para a exclusão do teto de gastos de despesas com programas para o enfrentamento à pandemia, seguirá para a sanção do presidente Jair Bolsonaro, o que permitirá também a sanção do Orçamento, que precisa ocorrer até quinta-feira. Em coletiva virtual nesta tarde, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o entendimento fechado pelo governo com o Congresso em torno do Orçamento deste ano atende ao duplo compromisso do governo com a saúde e a responsabilidade fiscal. [nL1N2MD2CX] Para Joaquim Kokudai, gestor na JPP Capital, a solução do Orçamento foi "a possível" e, de alguma forma, eliminou os maiores temores do mercado sobre excessiva flexibilidade fiscal, o que ele vê como endosso a sua posição comprada em real nos fundos que gere. "Os juros estão sendo corrigidos, a atividade está retomando, as vacinas vão acelerar, e o Brasil gera dólares. Não há motivo em termos de fundamento macro para o real estar nesse patamar", disse, prevendo dólar de 5,25 reais no curto prazo e abaixo de 5 reais até o fim do ano. A expectativa de melhora também é expressa pelo posicionamento do gestor no mercado de juros --vendido em FRA de DI entre 2025 e 2029 . FRA (forward rate agreement) de DI é uma taxa de juros acumulada e anualizada entre dois vencimentos.
As taxas entre os vértices citados estão entre 8% e 9% ao ano, muito acima do CDI atual, de 2,65%, o que dá ideia do prêmio de risco embutido na curva.
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