Brasil ultrapassa sombria marca de 500 mil mortos por Covid-19
Por Maria Carolina Marcello
BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil registrou neste sábado 2.301 novos óbitos em decorrência da Covid-19, o que eleva o total de vítimas fatais da doença no país a 500.800, informou o Ministério da Saúde.
A aceleração da pandemia no Brasil, que mantém o país como o segundo no mundo com maior número de vítimas fatais da Covid atrás apenas dos Estados Unidos, ocorre à medida em que se inicia o inverno, época de elevação da incidência de infecções respiratórias, e em meio a temores sobre novas cepas.
Ao mesmo tempo, os primeiros efeitos da vacinação sobre a trajetória geral da doença não são esperados para antes de setembro e, mais provavelmente, apenas no último trimestre do ano.
Também foram contabilizados neste sábado, de acordo com a pasta, 82.288 novos casos de coronavírus, com o total de infecções no país avançando para 17.883.750, a terceira maior contagem no mundo, atrás apenas dos EUA e da Índia.
Estado brasileiro mais afetado pela Covid-19 em números absolutos, São Paulo atingiu neste sábado as marcas de 3.573.210 casos e 121.960 mortes.
Minas Gerais é o segundo Estado com maior número de infecções pelo coronavírus registradas, com 1.733.181 casos, mas o Rio de Janeiro é o segundo com mais óbitos contabilizados, com 54.142 mortes.
O governo federal reporta ainda 16.183.849 pessoas recuperadas da Covid-19 e 1.199.101 pacientes em acompanhamento.
COMOÇÃO
A marca de mais de 500 mil mortos provocou comoção e reações. Nota assinada pelo presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado, Omar Aziz (PSD-AM), e outros nove parlamentares, incluindo o vice-presidente do colegiado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e o relator, Renan Calheiros (MDB-AL), refere-se a este sábado como uma "data dolorosamente trágica" e manifesta "profundos sentimentos" ao país.
"São 500 mil sonhos interrompidos, 500 mil vidas ceifadas precocemente, 500 mil planos, desejos e projetos. Meio milhão de vidas que poderiam ter sido poupadas, com bom senso, escolhas acertadas e respeito à ciência", diz a nota dos senadores.
"Asseguramos que os responsáveis pagarão por seus erros, omissões, desprezos e deboches. Não chegamos a esse quadro devastador, desumano, por acaso. Há culpados e eles, no que depender da CPI, serão punidos exemplarmente. Os crimes contra a humanidade, os morticínios e os genocídios não se apagam, nem prescrevem. Eles se eternizam e, antes da justiça Divina, eles se encontrarão com a justiça dos homens", alertam os parlamentares na nota.
Governadores como o de São Paulo, João Doria, do Piauí, Wellington Dias, e do Maranhão, Flávio Dino, que decretou luto oficial de 3 dias no Estado, também se manifestaram.
"É inadmissível perderemos pessoas para um vírus sabendo que já havia uma vacina. Morreram pelo descaso", disse Doria em nota divulgada em seu perfil no Twitter.
"Tem gente que pode até negar que a Terra seja redonda, mas eles não podem negar que a vacina é a solução. Temos pressa", acrescentou o governador paulista.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, também lamentou as mortes e reiterou seu empenho pela vacinação da população.
"Trabalho incansavelmente para vacinar todos os brasileiros no menor tempo possível e mudar esse cenário que nos assola há mais de um ano", publicou o ministro.
Já o ministro das Comunicações, Fábio Faria, criticou os que lamentam os mortos em vez de comemorar os vacinados ou os curados.
Faria publicou post em que avisava seus seguidores que "em breve vocês verão políticos, artistas e jornalistas 'lamentando' o número de 500 mil mortos".
"Nunca os verão comemorar os 86 milhões de doses aplicadas ou os 18 milhões de curados, porque o tom é sempre o do 'quanto pior, melhor'. Infelizmente, eles torcem pelo vírus.", acrescentou.
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