Eu cuido da minha vida, diz Bolsonaro ao ser indagado sobre não uso de máscara
Por Eduardo Simões
SÃO PAULO, (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro colocou-se nesta segunda-feira acima de determinações legais que obrigam o uso de máscara para conter a disseminação da Covid-19 ao ser indagado sobre não usar a proteção ao chegar a um evento em Guaratinguetá (SP), afirmando que cuida da própria vida e chega como quiser e onde quiser.
"Eu chego como eu quiser, onde eu quiser, eu cuido da minha vida. Se você não quiser usar máscara, você não usa", disse o presidente, exaltado, a uma jornalista.
Bolsonaro, que estava de máscara ao conceder entrevista, retirou a proteção a seguir, ignorando decreto do governo do Estado de São Paulo que obriga a utilização da máscara em locais públicos, sejam eles a céu aberto ou fechados.
"Estou sem máscara em Guaratinguetá. Está feliz agora? Você está feliz agora? Essa Globo é uma merda de imprensa! Vocês são uma porcaria de imprensa! Cala a boca! Vocês são canalhas! Vocês fazem um jornalismo canalha! Canalha! Que não ajudam em nada!", irritou-se Bolsonaro, ao responder indagação de uma repórter da afiliada local da TV Globo.
Pouco depois, a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), que estava ao lado de Bolsonaro e usava máscara, também tirou a proteção.
Neste mês, Bolsonaro e os ministros Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) e Ricardo Salles (Meio Ambiente), além do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, foram multados em 552,71 reais cada pelo governo de São Paulo por não usarem máscara durante um evento com motociclistas no Estado.
O uso de máscara, constantemente atacado por Bolsonaro, é apontado por especialistas e autoridades sanitárias como fundamental para conter a disseminação do coronavírus.
A utilização da proteção é obrigatória em vários Estados e municípios, inclusive em Brasília, mas Bolsonaro raramente a usa em eventos públicos e quando sai para passeios e causa aglomerações na capital e no seu entorno -- em outra violação das recomendações sanitárias.
O presidente, que não fez qualquer pronunciamento público quando o Brasil chegou à marca de 500 mil mortos pela Covid-19 no sábado --segundo maior total de óbitos do mundo atrás apenas dos Estados Unidos--, foi indagado nesta segunda sobre a cifra e afirmou lamentar, ao mesmo tempo em que voltou a defender o uso de medicamentos sem eficácia contra a doença.
"Lamento todos os óbitos. Lamento muito. É um dor na família. Desde o começo o governo federal teve a coragem de falar de tratamento precoce", disse o presidente, ao se referir ao uso de medicamentos sem eficácia contra a Covid, como o remédio para malária hidroxicloroquina e o medicamento contra parasitas ivermectina.
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