Guedes diz que fala sobre alta no preço da energia foi tirada de contexto
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou hoje que usou a expressão "qual o problema" quanto ao aumento da energia elétrica para dizer que a crise hídrica é uma variável que o governo não controla, mas que deve enfrentá-la de frente.
"Não adianta ficar sentado chorando", afirmou ele, ao participar de audiência pública no Senado, sinalizando ver hoje antecipação das eleições e descredenciamento das instituições, inclusive da mídia, defendendo que sua fala foi tirada de contexto.
Segundo Guedes, a bandeira tarifária terá que ser elevada e a União pedirá aos governadores que não aumentem a arrecadação em cima disso.
Ontem, o ministro relacionou o aumento da energia, que tem pressionado a inflação, à escassez das chuvas.
"Qual que é o problema agora que a energia vai ficar um pouco mais cara porque choveu menos?", disse ele em evento de lançamento da Frente Parlamentar do Empreendedorismo na Câmara dos Deputados.
"Ou o problema agora é que está tendo uma exacerbação porque anteciparam as eleições? Tudo bem, vamos tapar o ouvido, vamos atravessar, vai ser uma gritaria danada mas vamos chegar lá, vamos ter as eleições, vai acontecer tudo que tem que acontecer", completou.
Precatórios e atuação do IFI
No Senado, Guedes também defendeu uma solução jurídica ou política para a salgada conta de precatórios no ano que vem, de quase R$ 90 bilhões, defendendo que a proposta do governo de parcelar as obrigações não significa um calote e que as críticas da IFI (Instituição Fiscal Independente) nesse sentido são descabidas.
"Evidentemente IFI é ferramenta de militância, possivelmente está ligada a governos passados", afirmou ele sobre a instituição, que é vinculada ao Senado.
O ministro disse confiar que o STF (Supremo Tribunal Federal) fará modulação sobre o tema dos precatórios após o pedido de parcelamento no pagamento feito pelo Executivo, contando com ajuda de interpretação feita pelo ministro do Tribunal de Contas da União Bruno Dantas, que Guedes classificou de "brilhante".
Dantas havia sugerido diferir no tempo o pagamento de alguns precatórios que extrapolassem, por exemplo, a média de crescimento do teto de gastos, com o dinheiro de fundo que seria alimentado com recursos de privatizações sendo utilizado apenas para o pagamento de precatórios em poucos anos à frente.
Guedes destacou que, sem uma saída para a questão dos precatórios, o Orçamento para 2022 será "espartano", sem espaço para ampliação dos programas sociais, incluindo Bolsa Família e vacinas.
E disse, ainda, que o equacionamento do problema virá na dimensão jurídica ou na dimensão política, com a aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) enviada ao Congresso.
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