PERFIL-Jovem, governador gaúcho antecipa plano para chegar à Presidência
Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - O tucano Eduardo Leite chegou ao cenário nacional em 2018, quando foi eleito governador do Rio Grande do Sul aos 33 anos, o mais jovem do país, mas sua história política havia começado mais de uma década antes.
Com apenas 20 anos, ainda estudante de Direito, Leite assumiu a Secretaria de Cidadania da prefeitura de Pelotas, quarta maior cidade gaúcha, no sul do Estado.
Depois disso, foi vereador, presidente da Câmara de Vereadores e prefeito da cidade, eleito em 2012. Em 2016, deixou a prefeitura e, mesmo bem avaliado, não quis ser candidato à reeleição.
A mesma promessa foi feita em 2018, durante a campanha ao governo estadual. Em um Estado em que, desde a aprovação da reeleição, em 1997, nunca um governador foi reeleito, Leite talvez fosse o que tivesse mais chances, até hoje, de quebrar essa tradição. No entanto, avesso ao modelo, decidiu manter a promessa, pelo menos até o momento.
Quem conhece o governador gaúcho sabe que a Presidência da República sempre esteve na sua mira, mas talvez não tão rápido.
No entanto, as dificuldades causadas pela pandemia e pelo próprio desastrado governo de Jair Bolsonaro, aliado a um governo bem avaliado no Rio Grande do Sul, deram a Leite e seus aliados a sensação de que esse era um bom momento de colocar seu nome nacionalmente e ele buscará dar um passo nessa direção nas prévias do PSDB no próximo domingo.
Leite também foi beneficiado, dentro do partido, pela postura difícil de seu adversário nas prévias internas, o governador de São Paulo, João Doria.
A postura do paulista, visto como atropelador e arrogante por parte dos tucanos, levaram nomes tradicionais como o ex-governador Geraldo Alckmin e o ex-senador Aloysio Nunes a bancarem um rival para tentar tirar de Doria a almejada candidatura à Presidência.
Objetivo, com fama de conciliador, Leite, como Doria, apoiou Jair Bolsonaro no segundo turno de 2018 contra uma volta do PT ao poder --uma decisão que hoje diz ter sido um erro e pela qual tem sido cobrado.
Em julho deste ano, no programa Conversa com Bial, da TV Globo, Leite fez o movimento que lhe deu mais visibilidade nacional: assumiu publicamente pela primeira vez sua homossexualidade.
Um movimento calculado que abafou ataques homofóbicos vindos de Bolsonaro e o afastou ainda mais do apoio dado ao presidente, mas não o livrou de críticas por ser homossexual e, ainda assim, ter declarado voto em Bolsonaro, autor de declarações homofóbicas.
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