Renomeação de Powell para Fed dá estabilidade a investidores
Por David Randall e Lewis Krauskopf e Shreyashi Sanyal
NOVA YORK (Reuters) - A escolha de Jerome Powell pelo presidente norte-americano, Joe Biden, para continuar como chair do Federal Reserve dá a investidores globais estabilidade e alguma previsibilidade enquanto o banco central se prepara para reduzir suas compras de ativos e começar a aumentar a taxa de juros.
Muitos investidores esperavam que Powell, indicado como líder do Fed pelo ex-presidente Donald Trump em 2017, seria renomeado por Biden para outro mandato de quatro anos.
Nesta segunda-feira, Biden indicou Powell para um segundo período de quatro anos, com Lael Brainard, integrante da diretoria do Federal Reserve e a outra candidata principal para o cargo, como vice-chair.
Biden tem mais três assentos do Fed para preencher, incluindo o de vice-presidente de supervisão, e pretende fazê-lo no início de dezembro.
O mandato atual de Powell, que termina em fevereiro de 2022, tem se mostrado positivo para ativos de risco, com o S&P em alta de 69,7% desde sua nomeação em 5 de fevereiro de 2018 e atingindo uma série de novos recordes em parte por medidas de emergência lançadas pelo Fed em resposta à pandemia do coronavírus.
"Minha reação é de alívio", disse Peter Tuz, presidente do Chase Investment Counsel. "Ele era a aposta firme, acho que as pessoas gostaram em geral das políticas que ele adotou desde que (a Covid-19) se tornou uma questão."
Os rendimentos dos títulos do governo dos EUA, que se movem inversamente aos preços, aumentaram com a notícia. As taxas dos papéis de dois e cinco anos foram a picos desde o início de 2020. O dólar ampliou os ganhos em relação a uma cesta de moedas, e o S&P 500 alcançou nova pontuação recorde.
Powell sempre foi o favorito, mas sua escolha passou a parecer menos óbvia após duras críticas a seu desempenho por democratas progressistas e um escândalo entre funcionários do Federal Reserve sobre operações no mercado financeiro.
O site de apostas online PredictIt mostrou na manhã desta segunda-feira 79% de chance de Powell ser confirmado pelo Senado dos EUA, contra 90% em 12 de setembro, enquanto a probabilidade de a diretora Lael Brainard ter seu nome aprovado aumentou para 23%, de uma mínima de 6% em setembro.
Embora a liderança do banco central dos EUA seja sempre importante para os mercados, a decisão de Biden ganha importância maior neste ano, à medida que o Federal Reserve começa a reduzir seus 120 bilhões de dólares em compras mensais de títulos.
Ao mesmo tempo, o Fed está enfrentando um surto histórico de inflação à medida que as cadeias de suprimentos globais permanecem interrompidas pela pandemia do coronavírus.
"Os mercados vão entender isso como um sinal de alívio", disse Robert Pavlik, gestor sênior de portfólio do Dakota Wealth Management.
Pavlik disse que Brainard assumindo a função de vice-chair "pelo menos coloca algum tipo de pressão sobre Powell para não agir muito rapidamente com o aumento dos juros".
Brainard, indicada para a diretoria do Fed pelo ex-presidente Barack Obama em 2014, é amplamente vista como mais "dovish" (inclinada a uma política monetária mais frouxa) do que Powell, em parte por causa de seu esforço para manter uma política monetária superestimulativa até que haja mais progresso na recuperação de empregos.
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