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Rússia retoma importação de carne de mais de 12 unidades brasileiras

Liberação ocorre após encontro de Tereza Cristina com o chefe Serviço Federal de Vigilância Veterinária e Fitossanitária da Rússia - Wenderson Araújo/CNA/Divulgação
Liberação ocorre após encontro de Tereza Cristina com o chefe Serviço Federal de Vigilância Veterinária e Fitossanitária da Rússia Imagem: Wenderson Araújo/CNA/Divulgação

Em Moscou (Rússia)

23/11/2021 13h13Atualizada em 23/11/2021 14h38

A Rússia retomará a importação de carne bovina e suína de 12 unidades brasileiras nesta semana, disse o regulador de segurança sanitária do país hoje.

A maioria das restrições aos produtores brasileiros de carne bovina e suína pela Rússia está em vigor desde 2017, devido a alegações do uso do aditivo ractopamina na alimentação das criações, o que grupos brasileiros da indústria de carne negaram.

No mês passado, a Rússia já havia permitido a importação de carne bovina de três grandes exportadoras brasileiras.

A nova liberação, a partir de 25 de novembro, envolve nove unidades de suínos e três de carne bovina. O departamento russo Rosselkhoznadzor não revelou os nomes dos frigoríficos.

"O Rosselkhoznadzor continua trabalhando na ampliação da lista de produtores brasileiros certificados para fornecer carne bovina à Rússia", afirmou.

A liberação acontece após a ministra da Agricultura brasileira, Tereza Cristina, ter se reunido em Moscou na semana passada com o chefe do Serviço Federal de Vigilância Veterinária e Fitossanitária da Rússia, Sergey Dankvert, que ainda garantiu a realização de uma visita de inspeção ao Brasil, no primeiro trimestre de 2022, visando habilitação de novas plantas frigoríficas brasileiras para exportação.

A Rússia, que no passado chegou a ser um dos maiores mercados para o Brasil, planeja estabelecer uma cota de importação isenta de impostos de até 200 mil toneladas de carne bovina em 2022 para aumentar a oferta doméstica, como parte das medidas que o governo espera que ajude a estabilizar a inflação doméstica, que está em máxima de cinco anos.

Para o Brasil, maior exportador mundial de carne bovina, a Rússia é um mercado promissor, já que suas exportações para a China foram temporariamente suspensas em setembro, depois que dois casos atípicos de doença da vaca louca foram relatados no país sul-americano.

Paralelamente, as autoridades alfandegárias da China disseram hoje que aceitarão pedidos de importação de carne bovina brasileira que tenha recebido certificado sanitário antes de 4 de setembro.

O Brasil suspendeu as exportações de carne bovina para a China em 4 de setembro após detectar dois casos atípicos de doença da vaca louca, mas a carne que já estava nos portos continuou sendo exportada, com a maior parte não conseguindo passar pela alfândega na chegada à China.

Os casos foram considerados "atípicos" por serem de um tipo espontâneo, e não por transmissão no rebanho.

De acordo com a OIE (Organização Internacional de Saúde Animal, na sigla em português), casos "atípicos" não oferecem riscos à saúde humana e animal, e são em geral detectados em bovinos mais velhos.