Dólar ronda R$5,60 após mostrar forte oscilação; mercado foca BC, PEC dos Precatórios e ômicron
Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar se acomodava na faixa dos 5,60 reais nesta terça-feira, depois de mostrar forte volatilidade em sessão marcada por preocupações internacionais sobre a variante ômicron da Covid-19, expectativas em torno da PEC dos Precatórios e comentários de autoridade do Banco Central.
Às 10:40, o dólar recuava 0,20%, a 5,6000 reais na venda. A moeda mostrou oscilações intensas durante a manhã, indo de 5,5910 reais na mínima do dia (-0,36%) para 5,6448 reais na máxima (+0,60%) em questão de poucos minutos.
O dólar futuro tinha variação positiva de 0,01%, a 5,641 reais.
As fortes oscilações do dia ocorreram durante fala do diretor de Política Econômica do Banco Central, Fábio Kanczuk, que disse acreditar que a inflação é menos inercial e pode mudar muito ao longo do próximo ano, enquanto a política monetária ainda não teria tido tempo de afetar a atividade.
Enquanto isso, o mercado acompanhava os desdobramentos em torno da PEC dos Precatórios, em meio à apreciação na CCJ do Senado. Considerada prioritária pelo governo do presidente Jair Bolsonaro, a proposta altera o prazo de correção do teto de gastos pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o que abriria espaço fiscal para o pagamento de auxílio à população de 400 reais por família em 2022, ano eleitoral.
Embora esteja longe de ser notícia positiva para a credibilidade fiscal do país, a PEC passou a ser vista por investidores como dos males, o menor, já que alternativas para financiamento de benefícios sociais no ano que vem poderiam levar a descontrole total das contas públicas.
Na segunda-feira, por exemplo, uma fonte disse à Reuters que o governo não descarta a possibilidade de ter que lançar mão do Orçamento de Guerra mais um vez para conseguir viabilizar o pagamento do Auxílio Brasil. Na prática, isso significaria autorizar o descumprimento de parâmetros e limitações fiscais.
Enquanto isso, no exterior, o índice da divisa norte-americana frente a seis rivais fortes caía 0,50%. Parte dessa desvalorização, no entanto, refletia a força de franco suíço e iene japonês, componentes da cesta de moedas que são vistos como apostas seguras em tempos de incerteza econômica.
Elevando o desconforto entre os participantes do mercado global, o CEO da farmacêutica Moderna disse ao Financial Times que as vacinas disponíveis atualmente provavelmente serão menos eficazes contra a recém-detectada variante da Covid-19. [nL1N2SL0YW]
"Nesta manhã, em especial, a dúvida (é) em relação à efetividade da vacina", comentou em blog Dan Kawa, CIO da TAG Investimentos, citando "movimento clássico e coordenado de aversão a risco" nos mercados internacionais.
A descoberta da variante ômicron levou a restrições de viagens em vários países, e veio num momento de condições sanitárias já deterioradas em muitas economias importantes, especialmente no continente europeu.
Na véspera, a moeda norte-americana à vista teve alta de 0,27%, a 5,6114 reais na venda, maior patamar desde 1º de novembro (5,6712 reais).
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