Fed não está comprometido com ritmo específico de alta de juros, mostra ata
WASHINGTON (Reuters) - Autoridades do banco central dos Estados Unidos (Federal Reserve) concordaram que, com a inflação ampliando seu impacto na economia e um mercado de trabalho forte, era hora de apertar a política monetária, mas também avaliaram que as decisões dependerão de uma análise de dados feita reunião a reunião, segundo a ata da reunião de 25 e 26 de janeiro.
O relato da sessão de dois dias mostrou que o banco central norte-americano se prepara para uma luta contra o ritmo mais rápido de alta dos preços desde a década de 1980, com autoridades dizendo que, embora ainda esperem que a inflação diminua ao longo do ano, eles estão prontos para subir a taxa de juros mais rapidamente se for preciso.
"A maioria dos participantes destacou que, se a inflação não baixar como esperam, seria apropriado para o Comitê (responsável por definir a política monetária do banco central) remover a política monetária acomodatícia em um ritmo mais rápido do que eles preveem atualmente", afirmou a ata.
Mas o documento também não deu nenhuma indicação óbvia de que os formuladores de política monetária estavam comprometidos a seguir uma trajetória específica, o que minimiza um pouco a convicção entre investidores de títulos de que o Fed está se preparando para uma corrida em direção a juros mais altos.
Mesmo surpresos com a persistência da inflação, "os participantes enfatizaram que o caminho adequado da política monetária dependeria do desenrolar de fatores econômicos e financeiros e de suas implicações para as perspectivas e os riscos em torno das perspectivas", afirmou a ata.
As autoridades "atualizarão suas avaliações sobre a configuração apropriada para a orientação de política monetária a cada reunião".
Os rendimentos dos títulos caíam ligeiramente e as ações subiam após a divulgação da ata. Os retornos das notas de 2 anos, geralmente as mais sensíveis às expectativas da taxa de juros do Fed, cederam de 1,55% para 1,52% e o índice S&P 500 subiu para território positivo no dia.
DEBATE SOBRE BALANÇO PATRIMONIAL
Depois da reunião de janeiro, autoridades do Fed disseram, em comunicado, que "em breve seria apropriado" aumentar a taxa de juros de um dia do Fed ante seu nível próximo de zero.
Indicadores econômicos desde o início deste ano reforçaram a prontidão do Fed para agir. As vendas no varejo de janeiro vieram fortes, e os empregadores dos EUA criaram 467 mil novos postos de trabalho no mês passado, muito acima do esperado. Os dados de inflação mais recentes não mostraram sinais de recuo do maior patamar em 40 anos.
Mas os formuladores de política monetária não se comprometeram com muito além da perspectiva de que os juros subirão na reunião de 15 a 16 março e provavelmente continuarão a serem elevados este ano, a depender da resposta da inflação.
Investidores começaram a precificar a perspectiva de que o Fed aumentaria sua taxa de juros em 0,5 ponto percentual no próximo mês, mas agora eles veem uma alta de 0,25 ponto percentual como mais provável.
"Embora a ata da reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto do final de janeiro seja anterior à divulgação do mercado de trabalho mais forte do que o esperado e dos dados de inflação que cobrem o mês passado, as autoridades não pareciam estar considerando seriamente nem um aumento de 50 pontos-base para iniciar o ciclo de aperto monetário nem uma elevação em cada uma das sete reuniões de política monetária restantes este ano", disse Paul Ashworth, economista-chefe da América do Norte da Capital Economics.
O Fed em janeiro também emitiu um conjunto de princípios amplos para orientar como planejam reduzir a carteira de quase 9 trilhões de dólares de títulos do banco central.
Discussões sobre o balanço incluiu o debate sobre se vendas definitivas de títulos serão necessárias, segundo a ata, embora nenhuma decisão tenha sido tomada.
(Reportagem de Howard Schneider)
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