Dólar vai à casa de R$5,15 com alívio em tensão geopolítica e ambiente doméstico atrativo
Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar tinha queda pelo terceiro pregão consecutivo nesta quarta-feira, chegando a descer à faixa de 5,15 reais nas mínimas intradiárias, com o mercado repercutindo alívio nas tensões entre Rússia e Ucrânia e continuando a enxergar retornos atrativos na moeda brasileira.
Às 10:04 (de Brasília), o dólar à vista recuava 0,29%, a 5,1654 reais na venda, depois de chegar a cair 0,58%, para 5,1503 reais, no piso do dia. Caso mantivesse esse desempenho até o fim dos negócios, o dólar registraria seu menor patamar para encerramento desde 29 de julho de 2021 (5,0795 reais).
Na B3, às 10:04 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,10%, a 5,1790 reais.
O recuo da moeda norte-americana à vista estava em linha com a desvalorização do índice do dólar ante uma cesta de seis pares fortes, que perdia 0,1% nesta manhã. Divisas arriscadas pares do real, como peso mexicano, rand sul-africano, rublo russo e dólar australiano, registravam ganhos.
O apetite por risco dos investidores internacionais melhorou desde terça-feira, quando a Rússia afirmou que está retirando algumas tropas da fronteira ucraniana, embora a Otan tenha recebido essa informação com ceticismo.
Vários alertas norte-americanos e britânicos sobre uma invasão russa iminente na Ucrânia haviam assustado os mercados globais nos últimos dias, derrubando ativos arriscados, mesmo com garantias repetidas do Kremlin de que não planeja um ataque.
Conforme monitoravam os desdobramentos geopolíticos, investidores também aguardavam a divulgação da ata da reunião de janeiro do Federal Reserve, em busca de pistas sobre qual será a magnitude do aperto monetário que o banco central realizará em março. O documento será publicado nesta quarta-feira às 16h (horário de Brasília).
Enquanto isso, o Brasil continuava atraindo fortes fluxos de recursos estrangeiros. "O mercado está vendo com bons olhos a decisão do Banco Central de aumentar a Selic desde o ano passado", disse à Reuters Anilson Moretti, chefe de câmbio da HCI Invest.
Isso porque, com os juros em 10,75% ao ano, a taxa de retorno embutida em contratos de real está muito elevada. Ao mesmo tempo, embora o Fed esteja se preparando para aumentar os custos dos empréstimos nos EUA, os rendimentos reais na maior economia do mundo seguem negativos.
Segundo Moretti, caso o dólar rompa o patamar de resistência de 5,15 reais, a moeda pode buscar níveis ainda mais baixos, na casa dos 5,08 reais.
A moeda norte-americana vem de uma sequência de dois pregões consecutivos de queda, fechando a terça-feira em 5,1805 reais, mínima desde 6 de setembro passado (5,1764). E, com o desempenho desta quarta, o dólar ficava a caminho de marcar sua sexta semana seguida de perdas frente ao real, acumulando baixa de 7,5% no ano.
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