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Pix é 'muito mais barato' que cartões para lojistas, apontam economistas do BC

Site do Banco Central do Brasil mostra logotipo do Pix em versão de página para celular - Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Site do Banco Central do Brasil mostra logotipo do Pix em versão de página para celular Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Marcela Ayres

Da Reuters

23/03/2022 11h32Atualizada em 23/03/2022 12h19

O Pix, sistema de pagamentos instantâneos do Brasil, é "muito mais barato" para lojistas do que pagamentos com cartões, apontou um artigo publicado nesta quarta-feira pelo órgão que é considerado o banco central dos bancos centrais, destacando seu potencial de crescimento entre empresas após sua vertiginosa ascensão entre pessoas físicas.

De acordo com o documento, de coautoria de economistas do Banco Central do Brasil para o Banco de Compensações Internacionais (BIS), o Pix tem um custo médio de 0,22% por transação para os lojistas, enquanto os cartões de débito custam pouco mais de 1% e os cartões de crédito atingem 2,2% no país.

O sistema de pagamentos também é mais competitivo do que a taxa de cartão de crédito de 1,7% nos Estados Unidos, 1,5% no Canadá e 0,3% na União Europeia, acrescentou o artigo, ressaltando não representar necessariamente as opiniões do BIS ou do BC.

Lançado em novembro de 2020, o Pix é gratuito para pessoas físicas, mas a autoridade monetária permitiu que bancos e instituições de pagamento definissem livremente os custos para as empresas, tanto para transferências quanto para recebimentos de recursos.

O documento do BIS destacou que as operações entre pessoas físicas ainda são dominantes no Brasil, mas reduziram sua participação para cerca de 75% do total de transações no Pix em fevereiro, com os pagamentos de pessoas para empresas (P2B) rapidamente ganhando terreno.

"Um aumento adicional no uso P2B é esperado ao longo do tempo, já que novos serviços, como débito automático e pagamento de contas eletrônicas, estão programados para serem lançados em um futuro próximo", observou.

O uso crescente do Pix pelo comércio pode prejudicar empresas adquirentes, como a Cielo, controlada pelo Banco do Brasil e Bradesco, e a Rede do Itaú, uma vez que suas receitas estão vinculadas ao uso de cartões em suas máquinas.

Esse grupo também inclui empresas como PagSeguro, Stone e GetNet, do Santander Brasil.

Cerca de 9,1 milhões de empresas aderiram ao Pix, representando 60% das companhias que possuem relação com o sistema financeiro nacional, apontou o documento.

Apenas 15 meses após seu lançamento, o Pix já foi utilizado por 114 milhões de pessoas no Brasil —67% da população adulta— movimentando 6,7 trilhões de reais e atingindo o patamar dos cartões de crédito e débito.