Ibovespa recua influenciado por Vale, mesmo com alta forte em Wall Street
SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da bolsa brasileira engatou a terceira queda consecutiva nesta terça-feira, ainda que tenha recuperado algum terreno na última hora de sessão. O recuo contrastou com a alta firme das ações em Wall Street.
Vale caiu antes de dados operacionais e com queda do preço do minério de ferro na Ásia. Do outro lado, Petrobras subiu, apesar de recuo do petróleo, e limitou as perdas do índice após notícia de potencial venda de fatia do BNDES na empresa.
O Ibovespa caiu 0,55%, a 115.056,66 pontos, menor nível de fechamento desde 17 de março. O volume financeiro da sessão foi de 26,3 bilhões de reais.
"É um patamar relevante o dos 115 mil pontos", disse Lucas Xavier, analista técnico da Warren.
O índice acumula nove quedas nas últimas 11 sessões, em movimento que analistas atribuem a uma junção entre incertezas com política monetária no Brasil e nos Estados Unidos, além da guerra da Ucrânia, e certa correção após alta forte que fez o Ibovespa passar os 121 mil pontos no começo do mês.
Os economistas da gestora Rio Bravo escreveram que "os apertos monetários no exterior começaram a fazer mais efeito aqui, principalmente o Fed", em referência às consequências aos ativos domésticos em geral.
Os principais índices de Wall Strret subiram entre 1,5% e 2,2%, à medida que perspectiva de resultados positivos de empresas deram suporte, além de comentários de membros do Fed menos duros com a inflação do que nos dias anteriores. O avanço russo no leste da Ucrânia e a alta nos rendimentos dos títulos do governo norte-americano fizeram contraponto.
A Usiminas divulga balanço do primeiro trimestre na quarta-feira pela manhã e abre a temporada das empresas do Ibovespa.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN e ON avançaram 3% e 1,7% respectivamente, mesmo diante de queda de mais de 5% do petróleo com corte da perspectiva de crescimento econômico pelo Fundo Monetário Internacional. A notícia de um potencial block trade (venda em bloco) de mais 5 bilhões de reais em breve pelo BNDES, segundo a Exame, repercutiu.
- VALE ON perdeu 3,2, após contratos futuros do minério de ferro cederem em Dalian e Cingapura, após o governo chinês afirmar que o país continuará reduzindo a produção de aço neste ano. A mineradora divulga relatório de produção e vendas do primeiro trimestre após ainda nesta terça. Mas as ações de siderúrgicas subiram.
- BRMALLS ON disparou 7,7%, maior alta diária desde novembro de 2020, após o conselho de administração da operadora de shopping centers autorizar negociar possível fusão com a rival Aliansce, que subiu 0,85%. "Agora estamos atribuindo uma chance maior de que o assunto seja aprovado", disseram analistas do Citi.
- INTER UNIT saltou 9,15%, estendendo alta da véspera, após empresa retomar planos de migração de base acionária para os EUA.
- ITAÚ UNIBANCO PN encolheu 1,77% em dia de queda dos grandes bancos. O banco anunciou na véspera acordo para compra de fatia na plataforma de produtos do agronegócio Orbia.
- CARREFOUR BRASIL ON perdeu 4,3%, após o JPMorgan rebaixar a recomendação da ação para "neutra", de "overweight", apontando que o papel está bastante valorizado, apesar das perspectivas de crescimento da empresa.
- EMBRAER ON teve acréscimo de 3,9%. A empresa divulgou entregas de 14 jatos no primeiro trimestre e carteira de pedidos firmes de 17,3 bilhões de dólares.
- MRV ON cedeu 0,8%, após prévia operacional do primeiro trimestre com leve alta das vendas e dos lançamentos. O BTG Pactual frisou a queima de caixa da companhia.
- ELETROBRAS ON caiu 4,4% e PNB recuou 3,3%, com temor de que um pedido de vistas no julgamento da privatização da empresa no TCU na quarta-feira atrase a operação prevista para este ano. Empresas de energia tiveram desempenho negativo na sessão.
- GOL PN teve avanço de 3,3% depois de anúncio de parceria com o Mercado Livre para uso de aeronaves 737-800 pela empresa de comércio eletrônico. A rival Azul também mostrou alta de 3,3%, também sobe influência da queda do petróleo.
(Por Andre Romani)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.