Ibovespa segue exterior e tem 5ª alta seguida; Hapvida e Magazine Luiza têm forte queda
SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da bolsa brasileira subiu nesta terça-feira, na quinta sessão consecutiva de ganhos, diante de cenário de maior apetite por risco nos mercados internacionais.
O setor financeiro se destacou como a maior influência para o avanço do índice, com destaque para Bradesco. O grupo de saúde Hapvida desabou na ponta contrária, assim como o Magazine Luiza, ambos após resultados do primeiro trimestre.
O Ibovespa subiu 0,51%, a 108.789,33 pontos. O volume financeiro da sessão foi de 29,9 bilhões de reais.
"O mercado está procurando alguma direção, tentando achar um rumo", disse Tomás Awad, sócio-fundador da 3R Investimentos, que vê a sequência de altas recentes do Ibovespa como "um respiro técnico" depois de quedas fortes a partir de abril.
Para o gestor, o cenário atual é de venda das ações por investidores estrangeiros, como mostram dados de fluxo da B3, ao mesmo tempo que as eleições entram cada vez mais no radar. No exterior, a alta de juros nos Estados Unidos e a preocupação com a economia global são os principais temas, segundo ele.
A forte desaceleração da inflação medida pelo IGP-10, da FGV, em maio, com arrefecimento de preços de commodities, também ajudou a dar tom positivo à sessão.
Em Nova York, o Nasdaq avançou 2,8%, liderando os principais índice acionários, após forte dado de varejo dos EUA.
O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, disse que a instituição "continuará insistindo" em apertar a política monetária até ficar claro que a inflação está arrefecendo. Os mercados ainda mostraram certo otimismo pela redução de restrições contra Covid-19 na China, após melhora do cenário da doença em Xangai.
O índice pan-europeu STOXX 600 ganhou 1,2%.
DESTAQUES
- HAPVIDA ON desabou 16,8%, maior queda desde sua estreia na bolsa em 2018, após divulgar prejuízo líquido de 182 milhões de reais no primeiro trimestre, com a sinistralidade disparando 11,3 pontos percentuais. Analistas do Credit Suisse observaram redução no número de vidas sob gestão, enquanto os tíquetes ficaram atrás da inflação e as despesas ficaram pressionadas. Mas executivos da empresa mostraram otimismo por uma recuperação de margens.
- BRADESCO PN subiu 2,1% e BANCO DO BRASIL ON teve alta de 2,9%, em sessão positiva para bancos.
- MAGAZINE LUIZA ON afundou 11,5%, maior baixa desde o início de dezembro, após prejuízo ajustado de 99 milhões de reais no primeiro trimestre. A varejista pretende em 2022 manter controle de despesas e foco em ganho de sinergias de ativos comprados nos últimos anos para defender margens de lucro.
- VALE ON recuou 0,4%, mesmo após os contratos futuros do minério de ferro fecharem em leve alta em Dalian.
- COGNA ON aumentou 5,9% e YDUQS ON exibiu valorização de 4,3%.
- NUBANK cedeu 6,2% em Nova York. O banco digital teve lucro ajustado de 10,1 milhões de dólares de janeiro a março. O dia marcou a liberação de negociação de venda dos papéis por alguns acionistas, dado o fim de uma restrição ligada à abertura de capital da companhia.
- LOCAWEB ON disparou 11,2%, maior alta desde fevereiro e a maior alta em percentual da sessão. Um acionista venderá quase 5% do capital da companhia em leilão na quarta-feira, segundo anúncio divulgado pela bolsa nesta tarde.
- IRB BRASIL ON diminuiu 7,9%, maior queda desde fevereiro. A resseguradora viu um resultado financeiro positivo no primeiro trimestre levar a lucro consolidado, ainda que o índice de sinistralidade tenha avançado.
- PETROBRAS PN retraiu 1,3%, diante de baixa de 2% do petróleo Brent, após notícia de que os EUA devem flexibilizar algumas restrições ao governo da Venezuela.
- ELETROBRAS PN apontou ganhos de 3%, depois de lucro líquido subir 69% no primeiro trimestre, impulsionado pela variação cambial e pelo aumento de 12% da receita bruta. A empresa pode realizar a oferta de capitalização em junho, ainda que a data limite para fazer a operação seja em agosto, disse nesta tarde o presidente da estatal, Rodrigo Limp.
(Por Andre Romani)
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