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Economistas veem inflação de 8,89% este ano, com Selic a 13,25%, aponta BC

Sede do Banco Central, em Brasília - Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Sede do Banco Central, em Brasília Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Camila Moreira

Da Reuters, em São Paulo

06/06/2022 08h59Atualizada em 06/06/2022 10h04

Especialistas consultados pelo Banco Central projetam uma inflação de 8,89% ao final deste ano e de 4,39% em 2023, com a taxa básica de juros respectivamente em 13,25% e 9,75%. Os números são de uma parcial do Boletim Focus, divulgada pelo BC nesta segunda-feira (6). A pesquisa não era publicada desde 2 de maio, devido à greve de servidores do BC, movimento que tem atrasado divulgação de indicadores.

Em uma nota à imprensa simplificada, o BC informou que as expectativas do mercado apontam para uma alta do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor) de 8,89% em 2022. Para 2023, a expectativa é de 4,39%. A mediana considera todas as projeções válidas feitas nos últimos 30 dias até 3 de junho.

Na mediana dos últimos cinco dias no sistema do BC, as estimativas para a inflação eram de respectivamente 9,0% e 4,5%, segundo a nota.

O IBGE divulga na quinta-feira (9) os dados de maio do IPCA. O IPCA-15, considerado prévia da inflação oficial, desacelerou a 0,59% em maio, mas ainda assim surpreendeu com alta acima do esperado e registrou o resultado mais intenso para o mês em seis anos, com a taxa acumulada em 12 meses bem acima de 12% e no maior nível em 18 anos e meio.

Em relação à taxa básica Selic, que atualmente está em 12,75%, as projeções são de 13,25% ao final deste ano e de 9,75% em 2023. Na mediana dos últimos cinco dias, as contas ficaram em 13,25% e 10,13%.

Para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), os especialistas consultados veem uma taxa de 1,20% em 2022, que cai a 0,76% no próximo ano. Na mediana dos últimos cinco dias as expectativas são de expansão de 1,50% e 0,47%.

O PIB brasileiro cresceu 1% no primeiro trimestre na comparação com os três meses anteriores, iniciando 2022 com aceleração da expansão com a ajuda da retomada do setor de serviços.

A divulgação dos dados desencadeou uma série de revisões de alta nos prognósticos para a atividade por parte de bancos, que seguem vendo ritmo mais fraco no segundo semestre, mas agora talvez na forma de uma desaceleração mais gradual.

Na última estimativa divulgada nessa parcial do Focus, o dólar é calculado a R$ 5,05 tanto em 2022 quanto em 2023.