Cade aprova com restrições a venda da Extrafarma para Pague Menos
SÃO PAULO (Reuters) - O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou nesta quarta-feira por unanimidade a venda da rede de farmácias Extrafarma para a Pague Menos, impondo restrições que incluem a venda de oito lojas no Nordeste do país.
"O simples desinvestimento não é suficiente por si só", afirmou o relator do caso, Gustavo Augusto Freitas de Lima, ao ler o seu voto em sessão do Cade. "O desinvestimento somente faz sentido se os pontos forem vendidos para redes regionais, redes nacionais ou associação de farmácias", acrescentou.
Segundo ele, a venda dos ativos está sendo firmada para a rede Bruno Farma e o negócio deverá ser acertado em até 180 dias. Se o prazo for superado, um 'trustee' deverá se encarregar pelo desinvestimento.
O grupo Ultrapar, que está vendendo a Extrafarma, afirmou em comunicado que a determinação da venda das lojas não altera o valor do negócio acertado com a Pague Menos, que calcula o valor do negócio em 700 milhões de reais. A Ultrapar disse que espera concluir a venda da Extrafarma em 1º de agosto.
A ação da Pague Menos fechou em alta 2,1%, cotada a 4,77 reais. O papel não compõe o Ibovespa, que cedeu 0,16%.
Em maio, a superintendência do Cade já havia recomendado a aprovação da venda para a Pague Menos, cerca de um ano após o anúncio do negócio. Na ocasião, a superintendência recomendou a venda de cerca de 3% da rede para eliminar receios relativos à concorrência em algumas áreas no Nordeste.
A compra da Extrafarma tornará a Pague Menos a segunda maior rede de farmácias do Brasil, atrás da Raia Drogasil, que há anos tem feito intensa campanha de abertura de lojas pelo país. Atualmente a Pague Menos, fundada no início da década de 1980, é a terceira maior, atrás da Drogaria São Paulo.
A aquisição vai aumentar em mais de um terço o número de lojas da Pague Menos, que tem como acionista a gestora de private equity General Atlantic, para cerca de 1.500, e reforçar sua presença nas regiões Norte e Nordeste do país.
(Por Alberto Alerigi Jr.)
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