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Ibovespa avança após acordo que reduz vigência de PEC para um ano

20/12/2022 18h42

Por Andre Romani

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa subiu ao redor de 2% nesta terça-feira, descolado de Nova York, uma vez que os agentes financeiros reagiram positivamente ao acordo na Câmara dos Deputados para reduzir a duração da PEC da Transição de dois para um ano.

Petrobras e B3 foram as principais influências positivas, em sessão marcada também por nova disparada de ações de varejistas, enquanto Ambev e Suzano ficaram na ponta oposta.

O Ibovespa subiu 2,03%, a 106.864,11 pontos, na segunda alta seguida. Na máxima do dia, o índice marcou 107.792,12 pontos e, na mínima, cedeu a 104.606,87 pontos.

O volume financeiro somou 28,9 bilhões de reais, em meio a menor liquidez na bolsa com a proximidade dos feriados de final de ano. A média diária de volume em dezembro até a véspera era de 32,5 bilhões de reais.

Segundo os termos do acordo na Câmara, a PEC da Transição manterá a expansão do teto de gastos em 145 bilhões de reais para o pagamento do Bolsa Família, entre outros pontos, e o espaço fiscal adicional em cima do excesso de arrecadação.

A expectativa é que o texto seja votado na Casa ainda nesta terça-feira. Depois, a PEC voltará ao Senado, onde não está descartada uma votação também nas próximas horas, segundo o relator-geral do Orçamento, Marcelo Castro (MDB-PI).

"É uma PEC que começou com impacto fiscal de 200 bilhões de reais e eventualmente duração de 4 anos ou mais e agora está caminhando para impacto de entre cerca de 150 bilhões de reais e 200 bilhões reais por um ano", disse Naio Ino, gestor de renda variável da Western Asset.

Ele disse que um "fator técnico" também ajudou o Ibovespa na sessão, à medida que havia pessimismo generalizado com algumas ações e com o índice por meio de posições vendidas -- aposta na desvalorização do ativo.

"Teve uma notícia que é marginalmente positiva, junto com um técnico que estava desfavorável, e então está ocorrendo uma correção", afirmou.

Apesar da alta nas últimas duas sessões, o Ibovespa somava queda de 5% no mês.

Agentes do mercado também monitoraram notícias sobre potenciais novas nomeações de cargos pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pelo futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Nesta tarde, a Fitch afirmou o rating do Brasil em "BB-", com perspectiva estável, mas destacou as incertezas elevadas em relação aos planos do governo eleito e seus impactos sobre os desafios econômicos e fiscal.

No exterior, os principais índices em Wall Street fecharam entre estabilidade e leve alta. O S&P 500 subiu 0,1% após quatro pregões de queda, ainda que temores sobre dados fracos do varejo neste final de ano e alta dos rendimentos dos títulos do governo norte-americano tenham adicionado pressão à confiança dos agentes financeiros, na esteira de surpreendente ajuste de política monetária pelo banco central do Japão.

DESTAQUES

- VIA ON saltou 10,81%, a 2,46 reais, MAGAZINE LUIZA ON disparou 8,05%, a 2,82 reais, e AMERICANAS ON teve valorização de 5,8%, a 8,76 reais, estendendo movimento de forte alta visto na véspera em papéis de empresas ligadas ao consumo. NATURA&CO ON exibiu avanço de 8,59%, em sua segunda sessão positiva em sequência depois de oito quedas seguidas. Juros futuros tiveram sessão de baixa, o que contribuiu para o movimento em ações de varejistas.

- PETROBRAS PN teve alta de 3,08%, a 23,07 reais, diante de aumento de 0,2% no preço do petróleo tipo Brent no exterior e à medida que investidores aguardam por mais informações sobre a estratégia do novo governo com relação à estatal.

- GOL PN disparou 11,18%, a 6,96 reais, enquanto AZUL PN saltou 7,58%, a 10,50 reais, em meio à queda do dólar, que favorece as companhias aéreas, e na esteira de quedas recentes dos papéis. Gol cedeu 15,8% na semana passada e Azul perdeu 8,8%. A disparada dos papéis do setor na sessão ocorreu ainda que pilotos e comissários tenham realizado o segundo dia de greve nos principais aeroportos do país nesta manhã, gerando atraso e cancelamento de voos.

- QUALICORP ON teve queda de 3,07%, a 5,68 reais, após disparar 14,7% na véspera com analistas considerando como mais brandas do que o esperado as restrições impostas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) às operações da companhia por conta da compra da SulAmérica pela Rede D'Or. O grupo de hospitais também é acionista importante da Qualicorp.

- VALE ON mostrou avanço de 0,45%, a 85,75 reais, após os contratos futuros de minério de ferro subirem na Ásia depois de liquidação na segunda-feira. O contrato para maio mais ativo em Dalian aumentou 0,2%.

- MARFRIG ON caiu 1,59%, a 6,84 reais, após três altas seguidas. A ação ficou entre as poucas quedas do Ibovespa na sessão.

- BRADESCO PN teve ganho de 3,59%, a 14,71 reais, e ITAÚ UNIBANCO PN subiu 1,07%, a 24,65 reais, em nova sessão positiva para grandes bancos e empresas do setor financeiro. B3 ON avançou 4,38%, a 12,62 reais.

- GERDAU PN teve valorização de 2,35%, a 30,45 reais, após o presidente do Inda, Carlos Loureiro, dizer que a empresa está planejando elevar os preços de aços planos no Brasil ao redor de 12,5% no início de janeiro. A Gerdau negou a informação. Siderúrgicas, em geral, tiveram sessão positiva.