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Ibovespa encosta em 113 mil pontos com apoio externo; Americanas recua

18/01/2023 11h01

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista mantinha o tom positivo nesta quarta-feira, diante de um ambiente mais favorável a risco no exterior, enquanto o noticiário corporativo no Brasil incluía dados de produção da Petrobras e prévia operacional da Cyrela.

Investidores também continuam acompanhando as movimentações em torno da Americanas, principalmente o risco de um pedido de recuperação judicial pela varejista, assim como as discussões relacionadas ao salário mínimo.

Às 10:46, o Ibovespa subia 1,16%, a 112.734,03 pontos. Na máxima até o momento, chegou a 112.928,84 pontos. O volume financeiro somava 2,9 bilhões de reais, em sessão também marcada pelo vencimento de opções sobre o Ibovespa.

Em Nova York, os futuros acionários tinham variações positivas, em sessão com dados como inflação ao produtor, vendas no varejo e produção industrial dos Estados Unidos, além do Livro Bege e discursos de integrantes do Federal Reserve.

Investidores seguem buscando sinais sobre os próximos passos da autoridade monetária norte-americana, que realiza sua primeira reunião sobre juros nos dias 31 de janeiro e 1 de fevereiro.

No Brasil, agenda do dia não traz indicadores relevantes, com atenção voltada ao noticiário político/fiscal, principalmente sobre o novo salário mínimo em 2023.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse na véspera que o governo definirá o valor a partir de negociação com centrais sindicais, mas indicou que a viabilidade de ficar acima de 1.302 reais dependerá do cálculo do número de beneficiários do INSS.

Para a equipe da Ágora Investimentos, o front fiscal, incluindo novos detalhes sobre uma eventual Reforma Tributária, será fundamental para a sustentação do movimento mais positivo na bolsa paulista ao longo do dia.

Após um começo de ano mais tenso na bolsa paulista, o Ibovespa já trabalha com desempenho positivo em 2023, de cerca de 2,7%, o que muitos agentes financeiros atribuem ao fluxo positivo de capital externo.

Segundo os dados da B3, até 13 de janeiro, o saldo de capital externo no mercado secundário de ações brasileiro está positivo em quase 3 bilhões de reais neste ano.

DESTAQUES

- PETROBRAS PN subia 0,82%, a 25,73reais, em dia de alta dos preços do petróleo no exterior, com o Brent, referência usada pela companhia, subindo 1,4%. A Petrobras também divulgou na véspera, após o fechamento da bolsa, que bateu a sua meta de produção para 2022 com volume médio de 2,154 milhões de barris de petróleo por dia (bpd), embora o montante tenha ficado 2,6% abaixo do produzido no ano anterior. No setor, PRIO ON ganhava 0,85% e 3R PETROLEUM ON tinha elevação de 1,53%.

- VALE ON avançava 1,03%, a 93,08 reais, conforme contratos futuros de minério de ferro subiram nesta quarta-feira após algumas sessões em queda, quando investidores permaneceram à margem com a decisão do planejador estatal da China de reprimir a especulação excessiva do mercado. Analistas do Bradesco BBI reiteraram recomendação 'outperform' para Vale e aumentaram o preço-alvo da ação para 120 reais. Os ADRs tiveram o preço-alvo elevado para 23 dólares. No setor, CSN MINERAÇÃO ON subia 5,95%.

- BRADESCO PN tinha elevação de 0,82%, a 14,75 reais, enquanto ITAÚ UNIBANCO PN valorizava-se 0,96%, a 26,35 reais. No setor, BTG PACTUAL UNIT, que tem capturado atenção em razão do noticiário envolvendo a Americanas, uma vez que é um dos principais credores da companhia, subia 1,94%, a 22,59 reais.

- AMERICANAS ON ganhava 2,11%, a 1,86 reais, reflexo de ajustes, em meio a um ambiente ainda incerto sobre o destino da varejista após anúncio de inconsistências contábeis, o que pode resultar em pedido de recuperação judicial pela companhia. Até a véspera, a ação acumulava queda de 84% desde a divulgação dos problemas. Um dos focos de atenção está na negociação da Americanas com bancos credores, com alguns deles, como o BTG Pactual, entrando na justiça para assegurar os seus direitos. No setor, MAGAZINE LUIZA ON cedia 2,64% e VIA ON perdia 0,39%.

- CYRELA ON avançava 4,84%, a 14,72 reais, após a construtora reportar na véspera, após o fechamento da bolsa, que suas vendas líquidas contratadas no quarto trimestre somaram 2,69 bilhões de reais, montante 70,9% superior ao registrado na mesma etapa de 2021. Analistas do Goldman Sachs avaliaram que a prévia operacional pode ser um catalisador para as ações, uma vez que tiveram um desempenho melhor do que o esperado.

- JBS ON caía 0,69%, a 21,52 reais, entre as poucas quedas do dia, com o setor de proteínas mostrando um desempenho mais fraco, com MARFRIG ON cedendo 0,36% e MINERVA ON mostrando variação positiva de apenas 0,07%.

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