Ibovespa recua em dia de correção, mas assegura sinal positivo na semana
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em queda nesta sexta-feira, em meio a movimentos de realização de lucros, mais assegurou o terceiro ganho semanal consecutivo, apoiado no fluxo de capital externo para ações brasileiras.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,63%, a 112.316,16 pontos, reduzindo o ganho na semana para apenas 0,25%. Em 2023, sobe 2,35%.
O volume financeiro na sessão somou 21,8 bilhões de reais.
Para o analista Luis Novaes, da Terra Investimentos, a postura defensiva, drenando altas dos últimos dias, pode ter refletido incertezas quanto às políticas fiscal e monetária no Brasil.
"Nas próximas semanas, haverá reuniões do Copom e do CMN, e como o governo pode promover algumas modificações de acordo com sua agenda, o mercado se torna mais cauteloso e cessando parcialmente esse movimento de alta das últimas semanas", disse.
Após fortes críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre juros, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anuncia na quarta-feira decisão sobre a taxa, com previsão de manutenção da Selic em 13,75% ao ano.
A reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) está prevista para 16 de fevereiro e ganhou atenção do mercado após declaração de Lula, que questionou se a meta para a inflação não está baixa demais.
A queda nesta sexta-feira apagou boa parte do avanço acumulado na semana até a véspera, de 1,9%, que tivera como principal suporte as compras por investidores estrangeiros.
De acordo com dados da B3, o saldo do fluxo de capital externo está positivo em 8,87 bilhões de reais no ano até dia 25. Nos primeiros pregões da semana, as compras superaram as vendas em 2,39 bilhões de reais.
Análise técnica do Itaú BBA diz que, mesmo após superar os 113.800 pontos na véspera, o Ibovespa ainda não confirmou movimento de alta; e que precisa superar os 114.900 pontos para dar um passo importante para assumir tendência positiva em 2023.
Do lado da baixa, Fábio Perina e equipe calculam que o primeiro alerta está nos 111.300 pontos. "Se perder este patamar, abrirá caminho para devolver parte das altas e encontrará suportes em 108.700 e 106.700 pontos."
No exterior, os índices de Wall Street fecharam no azul, encerrando uma semana difícil em que os dados econômicos e a temporada de resultados sugeriram uma demanda mais fraca, mas também resiliência da economia norte-americana.
Na próxima semana, o foco estará voltado para a reunião de política monetária do Federal Reserve. Resultados de Apple, Amazon, Alphabet e Meta também ocuparão os holofotes.
DESTAQUES
- VALE ON teve declínio de 2,73%, a 95,32 reais, após renovar máxima histórica intradia a 98,29 reais, que fez com que a alta em 2023 alcançasse 10,6%. Na segunda-feira, a mineradora volta a ter referência dos preços do minério de ferro na China com a volta das praças chinesas após o Ano Novo Lunar.
- PETROBRAS PN caiu 2,21%, a 25,62 reais. Agentes estão atentos aos primeiros movimentos do novo presidente da empresa, Jean Paul Prates, que assumiu interinamente na véspera, principalmente a composição da diretoria e suas sinalizações sobre política de preços e dividendos da estatal. No exterior, os preços do petróleo fecharam em baixa.
- BRADESCO PN recuou 2,97%, a 13,72 reais, com bancos na coluna negativa do Ibovespa, afetados pela crise envolvendo a Americanas e tendo no radar dados de crédito no país em dezembro. ITAÚ UNIBANCO PN caiu 2,12%, SANTANDER BRASIL UNIT perdeu 0,49% e BANCO DO BRASIL ON cedeu 1,11%.
- CIELO ON perdeu 1,13%, a 5,23 reais, mesmo após a maior empresa de meios de pagamentos abrir a temporada de balanços do Ibovespa com resultado trimestral robusto e sinalizar que deve repetir a performance em 2023. O papel vinha de quatro pregões de alta, período em que subiu 8,85%, em boa parte antecipando o balanço. Na abertura, chegou a subir 3%.
- MAGAZINE LUIZA ON subiu 5,84%, a 4,53 reais, retomando o sinal positivo após duas queda seguidas, com o ganho desde o anúncio dos problemas contábeis da rival Americanas somando cerca de 45%. AMERICANAS ON avançou 16,5%, a 1,20 real. Antes da divulgação de "inconsistências contábeis", valia 12 reais.
- TAESA UNIT valorizou-se 0,69%, após relatório do Bank of America elevando a recomendação dos papéis da transmissora de energia de "underperform" para "compra", e o preço-alvo das units de 37 para 39 reais, citando um valuation menos exigente entre os argumentos.
- BRF ON caiu 5,24%, a 7,77 reais, com o setor de proteínas em dia negativo. MARFRIG ON fechou em baixa de 3,25%, JBS ON cedeu 2,24% e MINERVA ON perdeu 1,76%.
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