Santander Brasil tem queda no lucro, mas resultado vem acima do esperado
SÃO PAULO (Reuters) - O Santander Brasil teve lucro líquido de 2,14 bilhões de reais no primeiro trimestre, 46,6% abaixo do resultado obtido um ano antes, informou o banco nesta terça-feira.
O desempenho foi afetado em parte por provisões maiores para inadimplência. O banco informou que o resultado bruto de créditos de liquidação duvidosa totalizou 11 bilhões de reais no primeiro trimestre, aumento de 49,4% no trimestre e 138,5% no ano, "incrementado por um reforço de balanço de 4,2 bilhões realizado no trimestre".
O banco usou reversão de provisões relacionadas a questões tributárias, no montante de 4,2 bilhões de reais, para reforço do balanço, segundo o resultado.
Analistas, em média, esperavam lucro líquido de 1,83 bilhão de reais para o Santander Brasil no primeiro trimestre, segundo dados da Refinitiv.
O Santander Brasil teve queda de 31,6% na margem financeira líquida nos três primeiros meses do ano sobre o mesmo período de 2022, mas uma evolução de quase 24% na comparação com o final do ano passado.
O índice de inadimplência acima de 90 dias encerrou março em 3,2% ante 2,9% um ano antes e 3,1% no quarto trimestre do ano passado. A inadimplência de curto prazo também cresceu, saindo de 4,2% no primeiro trimestre de 2022 para 4,5% agora.
"A PDD (provisão para inadimplência) e o aumento do custo de crédito se mostram compatíveis com o momento, estando ainda pressionados por safras antigas", afirmou o Santander Brasil no balanço.
Em conferência com analistas, o presidente-executivo do Santander Brasil, Mario Leão, afirmou que o banco está ainda "seletivo" na expansão de crédito para pessoa física, optando por linhas mais seguras. Já no segmento corporativo tem visto oportunidades com a demanda das empresas por recursos para investimentos em um ambiente mais restritivo diante da alta dos juros.
As units do Santander Brasil operavam em alta de 0,5% às 11h10, enquanto o Ibovespa mostrava queda de 1,1%.
O banco teve queda de 10,1 pontos percentuais no retorno sobre o patrimônio líquido, para 10,6%, no primeiro trimestre ante o mesmo período do ano passado, mas o índice de eficiência cresceu quase 5 pontos, para 40,8%.
O Santander Brasil elevou a carteira de crédito ampliada em 12,3% no primeiro trimestre sobre um ano antes, para 586,35 bilhões de reais, impulsionada pela linha de grandes empresas, que evoluiu 18,9%. Na pessoa física, a carteira cresceu 8,4%.
O diretor de relações com investidores, Gustavo Viviani, afirmou que "é difícil dizer que já se chegou a um pico no Brasil" em termos de inadimplência, principalmente no segmento pessoa física.
"Estamos monitorando...é algo que temos que acompanhar dia a dia", disse Viviani.
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