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Dólar tem queda frente ao real após dados de emprego dos EUA

05/05/2023 09h08

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) -O dólar tinha queda em relação ao real nesta sexta-feira, mesmo depois que dados de emprego nos Estados Unidos reduziram apostas sobre eventuais cortes de juros nos Estados Unidos, uma vez que também afastaram temores de uma recessão.

Às 10:35 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,29%, a 4,9777 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,18%, a 5,0045 reais.

Esse movimento estava em linha com o comportamento do dólar no exterior. Embora seu índice contra uma cesta de pares fortes subisse cerca de 0,2% nesta manhã, a divisa norte-americana apresentava perdas contra vários rivais emergentes, como pesos mexicano, chileno e colombiano.

O dólar australiano, muitas vezes monitorado como um indicador do apetite por risco global, registrava ganhos, enquanto os principais índices de Wall Street abriram em forte alta.

O destaque do dia era a notícia de que os empregadores dos Estados Unidos ampliaram as contratações em abril e aumentaram os salários dos trabalhadores, apontando para uma força sustentada do mercado de trabalho que pode levar o Federal Reserve a manter a taxa de juros mais alta por algum tempo.

O relatório "reforça a preocupação com mercado de trabalho apertado --não há espaço para os cortes (de juros)... precificados na curva futura", disse Arthur Mota, da equipe de estratégia macro do BTG Pactual.

Juros mais altos nos EUA tendem a beneficiar o dólar, uma vez que elevam os rendimentos do mercado de renda fixa norte-americano. Por outro lado, investidores pareciam encontrar alento na aparente força da maior economia do mundo, que afasta temores de recessão

"Tivemos correção maior que o esperado nos salários e a taxa de desemprego voltou para a mínima de 3,4%", disse Rafaela Vitoria, economista-chefe do Banco Inter. "Ainda sem sinal da tão esperada recessão nos EUA."

No Brasil, investidores digeriam falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ele disse nesta sexta-feira em entrevista à CBN que acredita que a recalibragem da taxa Selic para um patamar mais baixo já poderia ter iniciado e que ponderar as decisões do Banco Central não é algo "político".

Em meio a especulações sobre possível indicação do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, a cargo na diretoria do Banco Central, Haddad afirmou que o governo não antecipa esse tipo de decisão, acrescentando que os nomes serão anunciados quando a escolha estiver "madura".

O ministro disse que Galípolo é seu "braço direito" e poderia assumir "qualquer função" dentro do governo.

O dólar à vista fechou a quinta-feira cotado a 4,9923 reais na venda, em baixa de 0,01%.

(Edição de Camila Moreira)