Negociações sobre teto da dívida dos EUA analisam recuperação de dinheiro da Covid e licenças de energia
Por Richard Cowan e Katharine Jackson
WASHINGTON (Reuters) - As negociações sobre o aumento do teto da dívida de 31,4 trilhões de dólares do governo federal dos Estados Unidos entram em uma nova fase nesta quarta-feira, depois que o presidente democrata Joe Biden e o republicano Kevin McCarthy, presidente da Câmara dos Deputados, reuniram-se pela primeira vez em três meses.
O tempo é curto para evitar um calote histórico e economicamente desestabilizador, o que o Departamento do Tesouro alertou que pode ocorrer já em 1º de junho, mas algumas áreas de possível acordo surgiram após a reunião de terça-feira na Casa Branca.
Biden sinalizou abertura à demanda dos republicanos de recuperar algum dinheiro não utilizado para o alívio da Covid, que é inferior a 80 bilhões de dólares. O presidente da Câmara dos Deputados disse a repórteres que Biden também indicou disposição de trabalhar para acelerar o licenciamento de projetos de energia, uma meta que não foi alcançada em 2022.
A Casa Branca já havia apoiado essa ideia.
Assessores de Biden; McCarthy; o líder da maioria democrata no Senado, Chuck Schumer; o líder republicano do Senado, Mitch McConnell; e o líder democrata da Câmara, Hakeem Jeffries devem começar a se reunir diariamente, com outro encontro planejado para sexta-feira, disseram os dois lados.
"Default não é uma opção", afirmou Biden a repórteres após a reunião de terça-feira. "Eu disse aos líderes do Congresso que estou preparado para iniciar uma discussão separada sobre meu orçamento."
Biden e os oposicionistas republicanos estão há meses em um impasse sobre o teto da dívida, com os democratas pedindo um aumento "limpo", sem condições para pagar dívidas resultantes de gastos e cortes de impostos aprovados pelo Congresso.
Enquanto isso, os republicanos da Câmara e do Senado disseram que não autorizarão nenhum empréstimo adicional sem um acordo para cortar gastos.
McCarthy estimou que os dois lados têm apenas duas semanas para chegar a um acordo que poderia ser aprovado pelo Congresso.
"Espero que ele esteja disposto a negociar nas próximas duas semanas para que possamos resolver este problema", disse McCarthy.
Para aumentar a urgência, Biden deve partir em 18 de maio para participar de uma reunião anual dos líderes dos principais países industrializados do "Grupo dos Sete", embora tenha dito que cancelaria a viagem se necessário para evitar o calote.
Mas, mesmo que haja um progresso significativo, a Câmara e o Senado têm seus próprios procedimentos, muitas vezes demorados, para avançar em legislação que os oponentes de qualquer acordo podem usar para desacelerar as coisas.
Executivos de Wall Street que assessoraram as operações de dívida do Tesouro dos EUA nos últimos 25 anos alertaram na terça-feira que estão "profundamente preocupados" com o impasse do limite da dívida.
(Reportagem de Richard Cowan e Katharine Jackson; Reportagem adicional de Moira Warburton)
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