Ibovespa retoma viés positivo com apoio do IPCA-15
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa buscava recuperar o sinal positivo nesta quinta-feira, após três quedas consecutivas, em sessão marcada por IPCA-15 abaixo das expectativas no Brasil, enquanto nos Estados Unidos os pregões também ensaiam uma melhora com notícias da Nvidia, mas sem tirar do radar as negociações sobre a dívida.
Às 10:55, o Ibovespa subia 1,41%, a 110.335,63 pontos, no caminho de contrariar o velho ditado do mercado "sell in May and go away" (venda em maio e vá embora), uma vez que já acumula uma alta de 5,65% no mês. O volume financeiro no pregão somava 5,6 bilhões de reais.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subiu 0,51% em maio, depois de avançar 0,57% em abril, de acordo com os dados divulgados nesta quinta-feira pelo IBGE. Foi a taxa mais baixa desde outubro de 2022 e abaixo das expectativas de alta de 0,64%. Em 12 meses, desacelerou para 4,07%.
"A abertura qualitativa mostrou melhora na composição, o IPCA-15 de hoje teve a dinâmica de desaceleração espalhada e, principalmente, surpresa baixista em serviços subjacentes e intensivo em trabalho", afirmou Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Rena.
A melhora no comportamento da inflação traz expectativas de uma queda antecipada da taxa Selic, atualmente em 13,75% ao ano, o que seria benéfico para a bolsa. Para a equipe do banco Modal, o resulta do IPCA-15 no mês passado gera "uma pressão adicional para a atuação do Banco Central".
Ainda na pauta doméstica, a confiança do consumidor no Brasil medida por índice da Fundação Getulio Vargas subiu em maio a seu maior patamar desde outubro de 2022, influenciado pela melhora das perspectivas para os próximos meses.
No exterior, o S&P 500 e principalmente o Nasdaq, referências do mercado acionário norte-americano, eram apoiados pelo salto das ações da Nvidia, que estimou na véspera receita do segundo trimestre mais de 50% acima das estimativas, em meio ao boom de inteligência artificial.
Investidores, porém, seguem atentos às negociações relacionadas ao aumento do teto da dívida dos EUA. Apesar de ambos os lados enxergarem progresso nas conversas da véspera, a Fitch colocou uma perspectiva negativa para a nota de crédito do país, citando crescentes disputas políticas em torno do tema.
DESTAQUES
- AZUL PN e GOL PN subiam 7,08% e 6,84%, respectivamente, a 15,73 e 8,12 reais, tendo como pano de fundo aprovação pelo Senado de medida provisória que isenta companhias aéreas de PIS/Cofins até 2026. O texto irá agora para sanção presidencial. A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) disse que a isenção será "fundamental" para ajudar o setor a se recuperar dos impactos sofridos com a pandemia de Covid-19 e voltar a crescer de forma sustentável.
- VIA ON valorizava-se 7,31%, a 2,35 reais, com o setor de consumo como um todo apreciando-se na esteira dos dados melhores sobre a inflação, que traziam alívio à curva de juros no país, além da melhora na confiança do consumidor. MAGAZINE LUIZA ON tinha elevação de 4,41%, a 3,79 reais. O índice do setor de consumo, que inclui além das varejistas companhias como Cogna, MRV&Co, Iguatemi e JBS, ganhava 2,28%.
- HAPVIDA ON avançava 6,48%, a 3,78 reais, endossada ainda por relatório do Bank of America, que elevou previsão para o Ebitda da empresa de saúde em 8% e 10% em 2023 e 2024, respectivamente, assim como aumentou o preço-alvo das ações para 5 reais, de 4 reais anteriormente, e reiterou a recomendação de "compra". "O pior ficou para trás", escreveram os analistas do banco.
- CVC BRASIL ON recuava 3,2%, a 2,72 reais, após o presidente-executivo da operadora de turismo, Leonel Andrade, renunciar ao cargo. A CVC, que não anunciou um substituto, afirmou que o processo de sucessão foi iniciado. Andrade estava na companhia desde abril de 2020, quando assumiu o comando do grupo. A renúncia vem após o antigo diretor financeiro e de relações com investidores Marcelo Kopel também renunciar em abril.
- CSN ON operava estável, a 12,61 reais, afastando-se das mínimas do começo do pregão, tendo no radar relatório do Credit Suisse cortando a recomendação dos papéis da companhia para "neutra" e reduzindo o seu preço-alvo, assim como para outras do setor. USIMINAS PNA mostrava acréscimo de 0,27%, enquanto VALE ON tinha variação positiva de 0,37% e GERDAU PN avançava 1,59%.
- PETROBRAS PN mostrava estabilidade, a 26,65 reais, após duas sessões seguidas de valorização, em dia marcado pelo declínio dos preços do petróleo no exterior, com o Brent sendo negociado em queda de 2,41%, a 76,47 dólares o barril. No setor, 3R PETROLEUM ON cedia 0,4% e PRIO ON perdia 0,17%.
- ITAÚ UNIBANCO PN avançava 2,12%, a 26,98 reais, e BRADESCO PN tinha elevação de 2,63, a 15,97 reais, reforçando o viés de alta no pregão.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.