Ibovespa fecha em queda em dia de volume reduzido com feriado nos EUA
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em baixa nesta segunda-feira, em sessão marcada por ajustes, com blue chips entre as maiores pressões negativas, enquanto o feriado nos Estados Unidos reduziu expressivamente a liquidez nos negócios.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,52%, a 110.333,4 pontos. Na máxima do dia, nos primeiros negócios, chegou a 111.168,05 pontos. Na mínima, bateu 110.195,11 pontos.
Em maio, o Ibovespa acumula alta de 5,65%, desempenho que, se confirmado, representará o maior avanço mensal desde agosto do ano passado, além de refutar o antigo ditado no mercado "sell in May and go away" (venda em maio e vá embora).
O volume financeiro nesta segunda-feira somou 11,8 bilhões de reais, contra uma média diária de 26,5 bilhões de reais no mês e de 25,4 bilhões de reais no ano até o último dia 26.
Nos EUA, as bolsas ficaram fechadas em razão do Memorial Day, adiando para terça-feira a repercussão ao acordo provisório alcançado no fim de semana pelos parlamentares norte-americanos sobre o teto da dívida do país.
O presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou que o acordo é uma "boa notícia". O texto, porém, ainda precisa ser aprovado pelo Congresso norte-americano.
Para o analista de investimentos da XP Leandro De Checchi, o mercado brasileiro teve um desempenho "mais lateral", refletindo um pouco de cautela de agentes que aguardam os desdobramentos do acordo sobre o teto da dívida norte-americana.
"Talvez pela possibilidade de o governo americano ter que emitir títulos e a taxas atrativas para atrair recursos...", afirmou, avaliando que isso pode ter um efeito no fluxo de capital dos investidores.
No Brasil, o Banco Central divulgou a pesquisa Focus, que mostrou melhora nas projeções no mercado para o IPCA, de alta de 5,8% para 5,71%, e o PIB, de crescimento de 1,2% para 1,26%, no Brasil em 2023.
No caso específico da inflação, a revisão segue dados do IPCA-15 de maio na semana passada, que mostraram desaceleração e abriram espaço para apostas de que o Banco Central poderia antecipar o início do corte da taxa Selic.
Investidores também continuam atentos às negociações no Senado brasileiro em torno do arcabouço fiscal, com expectativas de que seja aprovado pelo Senado e sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no próximo mês.
DESTAQUES
- VALE ON encerrou com declínio de 0,75%, a 65,83 reais, revertendo os ganhos do começo da sessão, mesmo com o avanço dos futuros do minério de ferro na China.
- ELETROBRAS ON caiu 2,03%, a 34,78 reais, devolvendo parte da alta em maio, que chegou a quase 5% na última sexta-feira, uma vez que segue sensível aos ruídos envolvendo sua privatização.
- PETROBRAS PN fechou negociada em baixa de 0,41%, a 26,69 reais, mesmo com o petróleo Brent encerrando no azul.
- ITAÚ UNIBANCO PN recuou 0,44%, a 26,92 reais, enquanto BRADESCO PN ganhou 0,12%, a 16,14 reais. BTG PACTUAL UNIT subiu 0,59%.
- VIBRA ON cedeu 3,91%, a 16,45 reais, em correção após forte valorização recente, tendo acumulado no mês até a última sexta-feira alta de quase 30%.
- RAÍZEN PN terminou com acréscimo de 2,02%, a 3,53 reais, buscando reagir após acumular um declínio de mais de 6% na semana passada.
- CVC BRASIL ON fechou em alta de 4,03%, a 3,1 reais, no segundo pregão de recuperação após cair mais de 16% em três pregões, em meio a mudanças no comando da operadora de turismo.
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