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Ibovespa fecha em alta com Petrobras e Bradesco; Vale recua

05/06/2023 17h04

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou com um acréscimo discreto nesta segunda-feira, com as altas de Petrobras e Bradesco prevalecendo sobre recuo de Vale, enquanto CVC Brasil disparou quase 11% após anúncio de novo presidente-executivo e acordo com fundador para potencial aporte de recursos.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,12%, a 112.696,32 pontos, mantendo o viés positivo em junho. Na máxima, chegou a 113.071,2 pontos. No pior momento, recuou a 111.736,44 pontos.

O volume financeiro somou 18,8 bilhões de reais, abaixo da média diária no ano, de 25,4 bilhões de reais.

Na visão do analista da CM Capital Pedro Canto, a bolsa teve uma sessão "um pouco mais lateral", refletindo alguns movimentos naturais de realização de lucros, após altas relevantes em pregões recentes, com o Ibovespa tendo fechado na última sexta-feira seis semanas sem acumular queda.

Nos dois primeiros pregões de junho, o Ibovespa contabilizou um ganho de quase 4%. De acordo com dados da B3, na primeira sessão do mês houve entrada líquida de capital externo de 176,1 milhões de reais na bolsa paulista, em operações que não contemplam ofertas de ações (follow-on e IPOs).

Estrategistas do JPMorgan reiteraram nesta segunda-feira recomendação "overweight" para ações brasileiras em seu portfólio para a América Latina, ressaltando que as "estrelas estão de alinhando" para o país, mas ponderaram que um rali só ocorrerá quando os juros realmente começarem a cair.

Em seminário também nesta segunda-feira, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, voltou a afirmar que a inflação está melhorando, embora novamente tenha dito que isso está ocorrendo de forma ainda lenta, principalmente no caso dos núcleos, que ele destacou terem queda "bastante lenta".

Nesse contexto, as atenções se voltam para o IPCA de maio na quarta-feira, em uma semana entrecortada por feriado de Corpus Christi no Brasil na quinta-feira, que também deve ter no radar a tramitação do texto da nova regra fiscal no Senado e as discussões envolvendo a reforma tributária.

Wall Street fechou com o S&P 500 em queda de 0,2%, com investidores calibrando apostas sobre os próximos passos do Federal Reserve, enquanto a Apple atingiu uma máxima histórica intradia -- e depois perdeu o fôlego -- no dia em que anunciou seu headset de realidade aumentada.

DESTAQUES

- VALE ON fechou em baixa de 0,82%, a 67,38 reais, perdendo o fôlego após uma abertura mais positiva, quando chegou a 68,48 reais, apesar da alta dos futuros do minério de ferro na China. O contrato mais negociado em Dalian encerrou as negociações com elevação de 2,2%. Nos dois pregões anteriores, a ação subiu quase 6,5%.

- PETROBRAS PN avançou 1,07%, a 27,47 reais, com o barril de petróleo Brent subindo 0,76%, a 76,71 dólares, após a Arábia Saudita, maior exportadora da commodity, prometer cortar a produção em mais 1 milhão de barris por dia (bpd) a partir de julho.

- BRADESCO PN subiu 1,81%, a 16,33 reais, enquanto ITAÚ UNIBANCO PN valorizou-se 0,22%, a 27,15 reais e , BANCO DO BRASIL ganhou 0,33%, a 45,02 reais. SANTANDER BRASIL UNIT avançou 0,2%, a 29,85 reais. O Credit Suisse revisou suas preferências no setor, elevando Bradesco e cortando BB, entre outras mudanças.

- CVC BRASIL ON saltou 10,83%, a 3,99 reais, após a operador de turismo eleger na última sexta-feira Fabio Godinho como seu novo presidente-executivo, além de anunciar um acordo com Guilherme Paulus, fundador da empresa, para um potencial aporte de 75 milhões de reais.

- ENEVA ON caiu 4,01%, a 11,48 reais. A Fitch Ratings rebaixou a nota nacional de longo prazo da empresa para ‘AA+(bra)’, citando investimentos significativos, maiores desembolsos com pagamentos de juros e expectativa de menor nível de despacho das usinas geradoras de energia. O UBS BB cortou a recomendação das ações para "venda" e reduziu o preço-alvo de 15 para 10,50 reais.