Bunge finaliza fusão de mais de US$30 bi com Viterra, dizem fontes
Por Abigail Summerville e Anirban Sen
NOVA YORK (Reuters) - A Bunge, comerciante de grãos dos Estados Unidos, está dando os últimos retoques em um acordo para se fundir com a Viterra, empresa que tem a Glencore como acionista, e criar um gigante do comércio agrícola no valor de mais de 30 bilhões de dólares, incluindo dívidas, disseram pessoas familiarizadas com o assunto nesta quinta-feira.
O negócio vem em um momento em que a guerra da Rússia na Ucrânia testa a segurança do fornecimento nos mercados globais de alimentos, com o impacto potencial do negócio sendo alvo de análise de órgãos reguladores antitruste.
A Bunge, cujo valor de mercado é de cerca de 14 bilhões de dólares e tem uma dívida líquida de cerca de 2,7 bilhões, pagará a maior parte do negócio com ações, mas também usará dinheiro e já conseguiu financiamento junto a bancos, disseram as fontes. A equipe de gestão da Bunge, liderada pelo presidente-executivo, Greg Heckman, supervisionará a empresa combinada, acrescentaram as fontes.
Os acionistas privados da Viterra, que além da Glencore incluem o Canada Pension Plan Investment Board e a British Columbia Investment Management Corp, podem assinar o acordo já neste fim de semana se as negociações forem concluídas com sucesso, disseram as fontes.
Embora o acordo esteja a caminho de ser anunciado na próxima semana, há sempre a possibilidade de que ele seja desfeito no último minuto, advertiram as fontes. O valor final do acordo pode variar com base no movimento das ações da Bunge no momento em que o acordo for assinado, de acordo com as fontes.
Glencore e a Viterra não comentaram o assunto. A Bunge não respondeu imediatamente aos pedidos de comentários.
O comércio de produtos básicos, como trigo, milho e soja, já está concentrado entre a Bunge e três outras grandes empresas - Archer-Daniels-Midland , Cargill e Louis Dreyfus. Coletivamente chamadas de "ABCD", essas companhias vêm obtendo grandes lucros depois que a guerra na Ucrânia interrompeu os embarques e fez com que os preços das safras disparassem.
No ano passado, a Bunge foi classificada como a maior exportadora de milho e soja do Brasil, que é a principal fonte mundial de culturas básicas para a fabricação de ração animal e biocombustíveis, de acordo com dados do agente de transporte Cargonave. A Viterra foi a terceira maior exportadora de milho e a sétima maior exportadora de soja.
A aquisição da Viterra colocará as receitas da Bunge - de 67,2 bilhões de dólares em 2022 - em linha com a Archer-Daniels-Midland, que registrou vendas de quase 102 bilhões no ano passado. O acordo também impulsionará os negócios de exportação de grãos e processamento de sementes oleaginosas da Bunge.
Essa não é a primeira tentativa de acordo. No início de 2017, a Viterra, então conhecida como Glencore Agriculture, tentou uma aquisição da Bunge, que foi avaliada em 11 bilhões de dólares. Em maio de 2017, a Bunge rejeitou a Glencore depois que esta última fez uma abordagem informal para discutir "uma possível combinação consensual de negócios"
A Viterra expandiu seu negócio de compra e venda de grãos nos Estados Unidos por meio da aquisição da Gavilon por 1,1 bilhão de dólares no ano passado.
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