Dólar à vista volta a cair ante o real em meio a percepção positiva sobre o Brasil
Por Fabricio de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar à vista deu continuidade nesta segunda-feira ao movimento mais recente de queda ante o real, em meio a uma percepção positiva em relação ao cenário econômico doméstico e à expectativa no exterior pela decisão sobre juros do Federal Reserve nesta semana.
O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,8681 reais na venda, com baixa de 0,16%. Esta é a menor cotação de fechamento em cerca de um ano, desde 6 de junho de 2022, quando encerrou a 4,7959.
Na B3, às 17:53 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,46%, a 4,8820 reais.
Pela manhã, a moeda norte-americana oscilou em margens bastante estreitas no Brasil, entre altas e baixas, em meio a sinais mistos no exterior. Embora o dólar caísse ante algumas divisas de países emergentes e exportadores de commodities, ele subia ante outras moedas.
Com a moeda em patamares mais baixos no Brasil, alguns participantes entraram no mercado para adquirir divisas, o que deu certo viés de alta para o dólar em alguns momentos.
Na cotação máxima do dia, às 10h48, o dólar à vista foi cotado a 4,9012 reais (+0,51%).
"Mas isso não se sustentou, porque a queda do dólar ante algumas divisas lá fora influenciou", comentou o diretor da assessoria de câmbio FB Capital, Fernando Bergallo.
Durante a tarde, às 16h07, o dólar marcou a mínima de 4,8634 (-0,26%). Ainda que o viés fosse negativo neste momento, as cotações deixaram claro que as margens de oscilação eram limitadas. Da máxima para a mínima do dia, o dólar oscilou -0,77%.
No fim da tarde, o mercado brasileiro reagia de forma otimista ao cenário econômico. Isso ficou nítido nas negociações com juros futuros, onde as taxas de prazos mais curtos novamente recuaram, em meio à expectativa de que o Banco Central está caminhando para iniciar o processo de cortes da taxa básica Selic, atualmente em 13,75% ao ano.
Embora uma Selic mais baixa signifique um diferencial de juros menor para o Brasil -- o que, em tese, reduz a atratividade do país aos investimentos externos -- a leitura que tem predominado é a de que, com a inflação mais baixa e a redução do risco fiscal, a tendência atual para o dólar é de queda ante o real, e não de alta.
Essa percepção foi reforçada nesta segunda-feira por declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, durante evento com empresários do varejo em São Paulo.
“O câmbio está andando na direção certa”, disse o presidente do BC. Ele também reforçou que a curva futura de juros tem tido uma "queda relevante" no Brasil e indicou, sem especificar o momento, que isso abre espaço para corte na taxa básica Selic à frente.
No fim da tarde, o dólar sustentava leves ganhos no exterior ante uma cesta de moedas fortes, em meio à expectativa pela divulgação de novos dados econômicos nos EUA e pela decisão de política monetária do Federal Reserve, nesta semana.
Às 17:53 (de Brasília), o índice do dólar --que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas-- subia 0,09%, a 103,620.
No Brasil, pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 14.430 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de julho.
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