Governo criou condições para que BC indique corte de juros a partir de agosto, diz Tebet
BRASÍLIA (Reuters) - A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse nesta segunda-feira que a equipe econômica do governo federal fez seu "dever de casa" e criou as condições necessárias para um corte de juros em agosto por parte do Banco Central.
"Estamos dando todos os elementos e condições para que o BC e o Copom possam começar a olhar com carinho... mostrar uma tendência de queda dos juros já a partir de agora, prevendo uma queda de juros em agosto", disse Tebet em entrevista a jornalistas depois de uma reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável, conhecido como Conselhão.
Tebet citou a aprovação do arcabouço fiscal na Câmara dos Deputados e o andamento da tramitação da reforma tributária na Casa como algumas dessas condições que, segundo ela, justificam um otimismo por parte de membros do Conselhão.
A ministra citou a estabilidade política e institucional e políticas fiscal e econômica diversas como os principais pontos que diferem a conjuntura atual do cenário de quando o BC fixou a taxa Selic em 13,75% ao ano, o que justificaria a tendência de queda da taxa básica.
"O IBGE mostrou no último trimestre, surpreendentemente, um ambiente macroeconômico que não é comum acontecer. Nós tivemos um crescimento acima da expectativa trimestral de 1,9%, o que já mostra que o Brasil pode chegar, sim, ao fechamento de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2% ou um pouquinho mais do que isso no final do ano, com uma inflação abaixo do projetado", afirmou.
Tebet destacou ainda que as projeções para o PIB, combinadas com a desaceleração da inflação, são os principais elementos que podem ajudar o Copom a "analisar a possível baixa de juros nas próximas reuniões".
ARCABOUÇO FISCAL
Questionada sobre as expectativas do governo para a tramitação do arcabouço fiscal no Senado, a ministra disse que a matéria está alinhada com a preocupação da Casa com a responsabilidade fiscal. Ela disse ainda ser um equívoco apontar que as alterações na proposta, feitas pela Câmara, abrem espaço para mais gastos por parte do governo.
"Se o arcabouço for aprovado do jeito que está, obviamente nós vamos cortar gastos o ano que vem. Mas significa que o arcabouço não vem com essa frouxidão de gastos públicos, como muitos apresentaram. Ao contrário, ele está mais restritivo. Nós vamos mostrar isso para o Senado", afirmou.
Segundo Tebet, a inclusão do piso da enfermagem, do Fundo Constitucional do Distrito Federal e do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) no arcabouço engessam parte do orçamento federal.
"Eu diria que, até com os números oficiais, nós estamos entre 32 e 40 bilhões de reais menor do que precisamos para fechar, no ano que vem, as despesas públicas no Brasil", completou.
(Por Victor Borges)
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