Barkin, do Fed, diz que está "confortável em fazer mais" se inflação não cair
Por Howard Schneider
WASHINGTON (Reuters) - O presidente do Federal Reserve de Richmond, Thomas Barkin, disse nesta sexta-feira que está confortável com novas altas de juros se os próximos dados não mostrarem que o enfraquecimento da demanda por bens e serviços está fomentando a desaceleração da inflação.
"Ainda estou tentando me convencer da história plausível de que a desaceleração da demanda retorna a inflação de forma relativamente rápida" para a meta de 2%, disse Barkin em comentários preparados para entrega à Associação de Autoridades Financeiras do Governo de Maryland. "Se os próximos dados não corroborarem essa história, estou confortável em fazer mais."
O Fed manteve esta semana a taxa de juros em uma faixa entre 5% e 5,25%, mas novas projeções mostraram que as autoridades do banco central norte-americano acham que a taxa pode precisar subir pelo menos mais 0,5 ponto percentual até o final do ano.
Muitos investidores agora esperam que Fed retome os aumentos de juros em sua reunião de julho.
Barkin não falou sobre isso, mas disse que o foco continua sendo o retorno da inflação "persistente" à meta de 2% do Fed, de um nível atual mais do que o dobro disso.
Barkin afirmou reconhecer que elevar ainda mais os juros "cria o risco de uma desaceleração mais significativa".
Mas recuar cedo demais criaria problemas potenciais ainda piores.
"Os anos 70 fornecem uma lição clara: se você recuar da inflação muito cedo, a inflação volta mais forte, exigindo que o Fed faça ainda mais, com ainda mais danos", disse Barkin. "Não é um risco que eu queira correr."
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