Membros do Fed irão ao Capitólio buscando moldar economia em meio a campanha presidencial
Por Howard Schneider
WASHINGTON (Reuters) - O chair do Federal Reserve, Jerome Powell, e os indicados para três assentos na diretoria do banco central dos Estados Unidos irão depor no Capitólio nesta quarta-feira, expondo um conjunto de pontos de vista que podem moldar as condições econômicas do país durante uma controversa campanha presidencial no ano que vem.
Os temas provavelmente soarão familiares, dado o consenso que atualmente orienta a política monetária do banco central: a inflação está muito alta e a taxa de juros precisa permanecer restritiva para combatê-la; o mercado de trabalho continua forte e pode até precisar enfraquecer para que os preços esfriem; as falências de bancos em março não abalaram o sistema financeiro de maneira fundamental.
Mas o cenário econômico do próximo ano, quando os EUA podem testemunhar uma nova disputa era entre o atual presidente democrata Joe Biden e o ex-presidente republicano Donald Trump, pode muito bem ser afetado pelas próximas decisões do Fed sobre até onde a taxa de juros precisa subir e se o viés permanece no sentido de controlar a inflação mesmo com o possível custo de uma recessão.
"A economia enfrenta vários desafios, incluindo inflação, estresse do setor bancário e instabilidade geopolítica. O Federal Reserve precisa permanecer atento a todos eles", disse o diretor do Fed Philip Jefferson, em depoimento preparado divulgado na terça-feira para a audiência de confirmação de sua indicação a vice-chair às 11h (horário de Brasília), no Comitê Bancário do Senado.
"A inflação começou a diminuir e continuo focado em retorná-la à nossa meta de 2%."
A diretora do Fed Lisa Cook busca um mandato completo de 14 anos na diretoria, formada por sete assentos, e Adriana Kugler, diretora executiva dos EUA no Banco Mundial e a primeira indicada à diretoria do Fed de herança hispânica, foi indicada para uma vaga aberta.
Do outro lado do complexo do Capitólio, Powell comparecerá perante o Comitê de Serviços Financeiros da Câmara em uma de suas atualizações de política monetária semestrais programadas regularmente, também às 11h.
Apesar do consenso sobre reduzir a inflação, o Fed também está chegando a um ponto em que as opiniões sobre a necessidade e o momento de aumentos adicionais na taxa de juros podem começar a divergir.
Como aconteceu com os ex-presidentes, a forma como esse debate é resolvido pode fazer a diferença entre uma economia benigna em ano eleitoral e uma corrosiva.
Para Biden, o sucesso ou o fracasso da política monetária do Fed pode significar um "pouso suave" de crescimento econômico contínuo, inflação mais baixa e desemprego apenas modestamente mais alto, ou pode forçá-lo a fazer campanha diante de um cenário de aumento do desemprego, preços mais altos e taxa de juros punitiva para quem quer comprar uma casa ou um carro ou financiar um negócio.
(Reportagem adicional de Jason Lange)
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