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Ibovespa recua pelo 2º dia e pode ter 1ª queda semanal desde abril

23/06/2023 11h30

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa recuava nesta sexta-feira, ainda refletindo alguns ajustes pós-Copom, tendo como pano de fundo um cenário externo desfavorável a ativos de risco, em meio a preocupações com o ritmo da atividade econômica global após dados na Europa e sinalizações do chair do Federal Reserve.

Às 11:16, o Ibovespa caía 0,3%, a 118.573,57 pontos, ameaçando acumular a primeira perda semanal desde a semana encerrada em 21 de abril. Até o momento, contabiliza variação negativa de 0,15%. Em junho, ainda acumula um ganho de 9,45%. O volume financeiro somava 7,2 bilhões de reais.

Análise técnica do Itaú BBA afirma que o Ibovespa testou na véspera o suporte em 118.300 pontos, que se perder iniciará um movimento de realização, com suportes em 116.300, 114.200 e 111.600 pontos, conforme relatório enviado a clientes.

Eles ressaltaram, contudo, que apesar da queda na véspera, o Ibovespa encontra dificuldades em iniciar uma realização de lucros. "Por enquanto, seguimos com o cenário de mercado firme. Se conseguir superar os 121.600 pontos, abrirá espaço para avaliarmos a busca do topo histórico em 131.200 pontos."

No exterior, números nesta sexta-feira mostraram que a retração na indústria na zona do euro se aprofundou, enquanto a atividade de serviços do bloco mal expandiu, após, na semana, chair do Federal Reserve reiterar sua visão de que mais aumentos de juros nos Estados Unidos são prováveis ​​nos próximos meses.

Para a Guide Investimentos, após fortes ganhos nos mercados acionários na primeira metade do ano, a expectativa de juros mais altos nas economias centrais e, principalmente, a incerteza sobre os impactos de uma política monetária contracionista nos EUA, levavam investidores a buscar maior segurança.

Em Wall Street, o S&P 500 recuava 0,6%.

DESTAQUES

- YDUQS ON caía 8,14%, a 18,4 reais, em meio a movimento de realização de lucros, uma vez que acumulava até a véspera alta de mais de 40% em junho. De pano de fundo, relatório do JPMorgan cortando a recomendação das ações para "neutra" e citando o forte "re-rating" dos papéis nos últimos meses, embora tenha elevado preço-alvo de 15 para 21 reais. No setor, COGNA ON perdia 2,46%.

- CVC BRASIL ON mostrava declínio de 5,48%, a 3,62 reais, após precificar oferta de ações a 3,30 reais por papel, em operação que movimentou 550 milhões de reais. O preço fixado no follow-on representou um desconto de 13,8% em relação à cotação do fechamento de quinta-feira, de 3,83 reais. Os recursos serão usados para aquisição de determinadas debêntures, além de reforço do capital de giro e melhoria da estrutura de capital.

- BRASKEM PNA cedia 1,87%, a 28,31 reais, em mais um dia de correção após forte valorização recente com especulações sobre a esperada venda da participação da Novonor na petroquímia. O Citi cortou a recomendação dos papéis para "neutra/alto risco", com preço-alvo de 29 reais, citando percepção de riscos mais elevados para a tese de investimentos, além de não enxergar gatilhos de curto prazo que levem o valuation da empresa para um próximo patamar.

- SLC AGRÍCOLA ON avançava 4,97%, a 38,21 reais, após divulgar na véspera que as suas terras foram avaliadas neste ano em 10,92 bilhões de reais, ante avaliação de 9,35 bilhões de reais em 2022. A empresa, uma das maiores produtoras de grãos e oleaginosas do Brasil, disse ainda que adquiriu neste ano mais de 12 mil hectares de terras agricultáveis em São Desidério, no Estado da Bahia, por 470 milhões de reais.

- ASSAÍ ON subia 3,97%, a 13,89 reais, em sessão marcada por block trade de ações da rede de atacado de autosserviço para a saída da rede francesa Casino de seu quadro de acionistas. A operação prevê a alienação de fatia de 11,67% do capital total do Assai, ao preço de 12,68 reais por papel. Analistas veem positivamente a saída do Casino, embora esperada, considerando que deve ajudar a companhia a voltar o foco de atenções para tendências operacionais em um momento mais desafiador no setor.

- CPFL ENERGIA ON valorizava-se 6,21%, a 33,69 reais, em sessão positiva para empresas de energia elétrica, com o índice do setor em alta de 1,96%. No noticiário, o Ministério de Minas e Energia autorizou a abertura de consulta púbica para o processo de prorrogação de concessões vincendas de distribuição de energia elétrica, que deve contemplar 20 distribuidoras com vencimentos entre 2025 e 2031.

- PETROBRAS PN recuava 1,59%, a 30,95 reais, acompanhando o declínio do petróleo no exterior. O presidente do BNDES afirmou na véspera que o banco e a companhia estão trabalhando juntos na análise de uma eventual opção da petroleira estatal para adquirir participação da Novonor na Braskem, e aguardam orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o assunto. A Petrobras também disse que segue explorando possibilidades de negócios com Unigel.

- VALE ON perdia 1,56%, a 65,53 reais, também sofrendo com o movimento de ajustes na bolsa e tendo no radar as preocupações com o ritmo da atividade econômica no mundo.

- ITAÚ UNIBANCO PN caía 0,28%, a 28,68 reais, e BRADESCO PN perdia 0,83%, a 16,66 reais.