PF envia inquérito contra ex-assessor de Lira ao STF após encontrar anotações a "Arthur"
BRASÍLIA (Reuters) - A Polícia Federal em Alagoas encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um inquérito sobre supostas fraudes em compras de kit de robótica em escolas após ter encontrado anotações que fariam referência a uma série de pagamentos e uma citação ao nome "Arthur" durante busca e apreensão em endereços ligados a um ex-assessor do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse uma fonte com conhecimento da decisão.
A informação foi publicada por jornais e portais de notícias no fim de semana e confirmada pela Reuters nesta segunda-feira com uma fonte da PF. A investigação ainda não chegou formalmente ao STF, confirmou uma fonte do tribunal. Depois que isso acontecer, o caso será distribuído a um dos ministros da corte para relatar.
Questionada sobre o envio do inquérito ao STF, a assessoria de Lira disse que "toda movimentação financeira e pagamentos de despesas do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, seja realizada por ele e, às vezes, por sua assessoria, tem origem nos seus ganhos como agropecuarista e da remuneração como deputado federal".
O ex-assessor de Lira Luciano Cavalcante foi alvo de um mandado de busca e apreensão da PF no dia 1º de julho. Na ocasião, ele era assessor da liderança do PP na Câmara, cargo ocupado desde a época em que Lira era o líder da bancada. Cavalcante foi exonerado do posto após a operação. Não foi possível localizar Cavalcante ou sua defesa de imediato.
A operação contra o agora ex-assessor surpreendeu o presidente da Câmara, disseram fontes à Reuters na ocasião. Lira, segundo duas fontes, ficou enfurecido com a ação policial ao avaliar que os primeiros sinais era de que seria direcionada para tentar atingi-lo.
A ação, segundo essas pessoas próximas a Lira, se refere a um caso antigo e, conforme alegam, não haveria indícios de irregularidades do deputado.
"Eu não vou comer essa corda, vou me ater a receber informações mais precisas, e cada um é responsável pelo seu CPF nesta terra e neste país", disse Lira, em entrevista à GloboNews, no dia da operação.
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva buscou Lira para evitar que ele pudesse retaliar em votações no Congresso após a ação da PF. Na ocasião, segundo uma fonte governista, o próprio ministro da Justiça, Flávio Dino, foi conversar com ele para mostrar que o Executivo não tinha a ver com essa investigação.
(Reportagem de Ricardo Brito)
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