Lula diz que Brasil não deve ter meta de inflação rígida que não é alcançada
SÃO PAULO (Reuters) -O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira acreditar que o Brasil não deve ter uma meta de inflação rígida que não é alcançada, em declaração dada no mesmo dia em que o Conselho Monetário Nacional (CMN) se reunirá em Brasília com a meta de inflação na pauta do encontro.
Em entrevista à Rádio Gaúcha, Lula disse que não seria prudente ele falar sobre a reunião do CMN no dia em que o colegiado -- composto pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad; pela titular do Planejamento, Simone Tebet, e pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto -- se reúne. No entanto, ele fez questão de dar sua opinião "como cidadão".
"Eu não quero influir na decisão do Conselho Monetário Nacional. Eles sabem o que fazer, sabem o que tem que decidir", disse Lula.
"O que eu penso como cidadão brasileiro é que o Brasil não precisa ter uma meta de inflação tão rígida como estão querendo impor agora sem alcançar. A gente tem que ter uma meta que consiga alcançar. Alcançou aquela meta, a gente pode reduzir, descer mais um degrau. Alcançou aquele degrau, desce mais um degrau. É para isso que a política monetária tem que ser móvel", defendeu.
O presidente disse ainda esperar que Haddad e Tebet, que juntos têm maioria de votos do CMN, "tenham toda a maturidade" para tomar uma decisão.
Em entrevista à GloboNews na noite de quarta-feira, Haddad afirmou que o centro da meta de inflação para 2024 será mantido em 3%, mas sinalizou a intenção de alterar, na reunião desta quinta-feira do CMN, o horizonte para se atingir o objetivo.
Lula também voltou a subir o tom contra o atual patamar da taxa básica de juros, de 13,75% ao ano, e especialmente contra Campos Neto, a quem ele se referiu apenas como "este cidadão", afirmando que o presidente da autoridade monetária "não entende absolutamente nada de país, não entende nada de povo" e elevou o juro "de forma exagerada".
"A quem este cidadão está servindo neste momento?", indagou Lula, afirmando que não há setor da economia que não esteja descontente com a atual política monetária do BC e voltando a cobrar o Senado para tomar medidas.
"Este cidadão vai ter que pensar e o Senado vai ter que saber como lida com ele", afirmou.
LEILÕES DE ENERGIA
Na entrevista, Lula afirmou que nos próximos 10 dias o governo deve anunciar um programa de investimentos em obras de infraestrutura, um "PAC 3", em suas palavras, numa referência ao Programa de Aceleração do Crescimento, das gestões anteriores do PT na Presidência.
Lula também disse que o governo lançará em breve um grande leilão de energia renovável e que o Brasil dará lições de sustentabilidade ao resto do mundo.
"Nessa questão nova da transição energética, nós vamos apresentar um grande leilão de energia eólica, de energia solar, de hidrogênio verde. Ou seja, o Brasil vai se transformar num exportador de energia", previu.
"O Brasil tem lições para dar ao mundo, e é isso que a gente vai fazer. Nós vamos lançar um grande programa, um grande leilão para que a gente possa definitivamente mostrar que se tem alguém preocupado com o planeta somos nós, alguém preocupado com a questão climática somos nós", afirmou.
(Por Eduardo SimõesReportagem adicional de Fernando CardosoEdição de Pedro Fonseca)
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