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Setor de serviços do Brasil evita por pouco retração em julho com queda de encomendas e produção, mostra PMI

A atividade no setor de serviços do Brasil desacelerou com força em julho e evitou por pouco entrar em território de contração, com fraqueza na entrada de novos negócios e na produção apesar de alívio nos preços, mostrou nesta quinta-feira a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês).

O índice compilado pela S&P Global mostra que o PMI de serviços brasileiro caiu com força a 50,2 em julho, de 53,3 no mês anterior, ficando pouco acima da marca de 50 que separa crescimento de contração.

A pesquisa mostra um crescimento destacadamente mais fraco dos novos negócios e uma produção quase estagnada em julho, com a taxa de expansão mais fraca na atual sequência de cinco meses de alta.

"Os dados do PMI de serviços do Brasil mostram um cenário preocupante, especialmente porque o setor foi determinante para manter a economia em expansão nos últimos meses. A demanda fraca por serviços prejudicou o crescimento da atividade, tendência que, se sustentada, pode pesar sobre o PIB do terceiro trimestre", alertou a diretora associada de economia da S&P Global Market Intelligence, Pollyanna De Lima.

Enquanto algumas empresas indicaram situações favoráveis de vendas, outras destacaram a demanda fraca por seus serviços. As novas encomendas cresceram pelo quinto mês seguido em julho, mas no ritmo mais fraco desde março.

Do lado positivo, apesar da fraqueza da demanda, alguns fornecedores de serviços registraram criação de vagas de trabalho, buscando preencher vagas abertas, embora 83% dos entrevistados tenham citado manutenção de seus quadros de funcionários.

O cenário de preços também deu sinais de alívio no mês. Os custos operacionais aumentaram em um dos ritmos mais fracos em três anos, mesmo com preços mais altos de alimentos, combustíveis e salários.

A combinação de pressões de custos menores com demanda fraca restringiu a capacidade das empresas de aumentar seus preços cobrados, e a taxa de inflação foi a mais fraca em 32 meses.

Já a confiança empresarial foi afetada em julho por questões econômicas e políticas, com a inadimplência também sendo citada como um fator de preocupação. Ainda que as empresas prevejam aumento da produção ao longo dos próximos 12 meses, o nível geral de sentimento positivo caiu para uma mínima de 26 meses.

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A contração da atividade industrial em julho somada à intensa perda de força de serviços levou o PMI Composto do Brasil a cair a 49,6 em julho, de 51,5 em junho, indo a território de contração pela primeira vez em cinco meses.

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