Dólar sobe sob influência do exterior e à espera de ata do Copom e dados de inflação

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar à vista voltou a subir ante o real nesta segunda-feira, na esteira do avanço da moeda norte-americana no exterior, em dia de recuo das commodities no mercado internacional, com investidores à espera da ata do último encontro do Copom na terça-feira e de novos dados de inflação na China, nos EUA e no Brasil durante a semana.

O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,8961 reais na venda, com alta de 0,44%.

Na B3, às 17:12 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,41%, a 4,9190 reais.

Após ter cedido 0,51% na sexta-feira, a moeda norte-americana à vista oscilou em alta durante praticamente toda a sessão desta segunda. As cotações seguiam a direção dada pelo mercado internacional, onde o dólar mantinha ganhos ante a maioria das divisas de países exportadores de commodities ou emergentes.

Em relação às divisas fortes, o dólar oscilava entre leves altas e baixas, embora se mantivesse no positivo em relação ao euro, após a divulgação de dados fracos sobre a indústria da Alemanha.

“As commodities estão em baixa, principalmente o petróleo, o que está puxando um pouco essa valorização do dólar frente as moedas emergentes. Também há um pouco de reflexo da Europa, com os dados da Alemanha”, comentou Fernando Bergallo, diretor da assessoria de câmbio FB Capital.

A produção industrial da Alemanha caiu 1,5% em junho, em comparação com o mês anterior, conforme o escritório federal de estatísticas. Analistas consultados pela Reuters previam queda de 0,5%.

Os negócios com moedas no Brasil também eram conduzidos pela expectativa em torno da divulgação da ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, na terça-feira. Investidores buscarão no documento, em especial, detalhes sobre a divisão de votos entre os integrantes do colegiado, que resultou na semana passada no corte de 0,50 ponto percentual da taxa básica Selic, para 13,25% ao ano.

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Além disso, investidores aguardam novos números de inflação. Na quarta-feira, serão informados os dados da China, enquanto na quinta-feira sai o índice de preços ao consumidor dos EUA. Na sexta-feira será a vez de o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informar o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho.

Na cotação mínima da sessão desta segunda-feira, verificada às 9h09, o dólar à vista marcou 4,8685 reais (-0,13%). Na máxima, às 10h45, a divisa atingiu 4,9156 reais (+0,84%).

Operador ouvido pela Reuters afirmou que o mercado operava em compasso de espera pela ata do Copom e pelos números de inflação. Até lá, o viés mais recente de alta para a moeda norte-americana ante o real era mantido, embora o movimento fosse limitado, incapaz de sustentar as cotações acima dos 4,90 reais.

Às 17:12 (de Brasília), o índice do dólar --que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas-- subia 0,02%, a 102,080.

Pela manhã, o BC vendeu todos os 4.310 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de setembro.

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