Bank of America reitera "overweight" para ações do Brasil em portfólio da América Latina

SÃO PAULO (Reuters) -Estrategistas do Bank of America avaliam que ainda há espaço para o Ibovespa subir, mesmo após o rali do último trimestre, e reiteraram "overweight" para as ações brasileiras em seu portfólio para América Latina.

"O Brasil tem potencial de crescimento de lucros para este ano e valuations relativamente atrativos", afirmaram David Beker e equipe em relatório enviado a clientes nesta quarta-feira.

No segundo trimestre, o Ibovespa acumulou uma alta de 15,9% e em julho avançou mais de 3%, chegando a flertar com 123 mil pontos no final do mês passado.

Na visão dos estrategistas, o nível atual das taxas de juros de longo prazo já permite um "upside" do Ibovespa e que, historicamente, essas taxas continuam caindo à medida que o ciclo de flexibilização progride.

"Nós continuamos a gostar de setores e nomes sensíveis a taxas de juros", escreveram.

No portfólio para a América Latina, eles adicionaram as ações de Cosan, Aliansce, Assaí e Prio e excluíram os papéis de Raízen e Multiplan.

Dos papéis de Brasil na carteira do BofA, afirmaram gostar de XP, B3 e BTG Pactual no setor financeiro, enquanto gostam de papéis de tecnologia de qualidade, como Mercado Livre e Totvs.

Também afirmam ter preferência por papéis com alavancagem elevada como Hapvida e Rumo, enquanto no setor de serviços de utilidade pública gostam de Equatorial, Copel e Eletrobras.

A equipe do banco norte-americano também afirmou gostar de empresas de shopping centers como um grupo, mas substituíram Multiplan por Aliansce. E trocou Raízen por Cosan, que considera mais suscetível a taxas de juros menores.

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Eles disseram estar neutros em bancos tradicionais, mas acrescentaram que os valuations e o momentum dos resultados no próximo ano podem ser um componente favorável ao setor conforme o final do ano se aproxima.

"Para o próximo ano, juros mais baixos podem aumentar a demanda por crédito e reduzir os índices de inadimplência", avaliam, conforme o relatório.

Eles também incluíram Prio, destacando que se trata de "top pick" do setor por causa de valution e ramp-up de produção. Mas estão neutros em Vale, citando cautela com os preços do minério de ferro, embora o setor esteja com subalocação.

Na América Latina, o BofA permanece "marketweight" em México.

"Estamos confortáveis com a visão de nosso economista de que o forte crescimento no México e nos EUA, juntamente com a queda da inflação, aumentam a probabilidade de um cenário de aterrissagem suave", escreveram.

Também disseram gostar particularmente de nomes do setor financeiro, segmento imobiliário e de consumidores expostos a tendências de "nearshoring".

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Chile tem classificação "underweight". O Bofa não tem exposição a Colômbia, Peru e Argentina no porfólio.

(Por Paula Arend LaierEdição de Pedro Fonseca)

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