Colômbia diz que Odebrecht ainda deve US$120 mi por corrupção

Por Luis Jaime Acosta

CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - A construtora anteriormente conhecida como Odebrecht ainda deve ao governo da Colômbia mais de 494 bilhões de pesos (119,6 milhões de dólares) por danos causados por um esquema de corrupção de anos envolvendo políticos de alto escalão, informou a procuradoria-geral do país nesta quinta-feira.

A Odebrecht esteve no centro do maior escândalo de corrupção da América Latina desde que admitiu em 2016 ter subornado autoridades em dezenas de países.

A empresa mudou seu nome em 2020 para Novonor em um reformulação de marca após o escândalo de corrupção.

Na Colômbia, a empresa pagou cerca de 30 milhões em propinas em troca de contratos de infraestrutura, segundo investigações da procuradoria-geral da Colômbia.

Um relatório do gabinete da procuradoria disse que 19 bilhões de pesos foram recuperados de um total de 514 bilhões de pesos em danos.

A Odebrecht foi premiada com um contrato na Colômbia para a construção de uma rodovia de 528 quilômetros em 2010, um contrato de 1 bilhão de dólares que ganhou com o pagamento de propinas, segundo os promotores.

Em nota, a Novonor informou que por meio dos seus advogados, avalia o teor do anúncio realizado pela Fiscalía colombiana hoje, de que pretenderia iniciar um procedimento para imputar fatos supostamente delituosos a colaboradores vinculados à empresa. "Tais fatos coincidiriam com os já relatados pela companhia e pelos colaboradores em acordos e outros procedimentos de cooperação realizados desde 2016 perante autoridades de diversas jurisdições, inclusive os Estados Unidos, Brasil e Colômbia. Por essa razão, as análises apontam para um cenário de potencial ilegalidade de iniciativas de persecução a colaboradores e de violação a compromissos de limitação do uso das provas obtidas em contexto de colaboração ou cooperação internacional. Estão sendo avaliadas as medidas a serem tomadas para proteção dos direitos das pessoas e da companhia."

(Reportagem adicional de Carolina Pulice)

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