Equador proíbe exploração de petróleo em parte da Amazônia e mineração perto de Quito

Por Alexandra Valencia e Julia Symmes Cobb

QUITO (Reuters) - Os referendos equatorianos para proibir a extração de petróleo em uma parte da Amazônia e a mineração em uma floresta nos arredores de Quito foram aprovados com facilidade, atraindo aplausos de líderes indígenas e ambientalistas nesta segunda-feira, apesar das advertências de grupos de petróleo e mineração sobre bilhões em perdas de receita.

A exploração de petróleo em parte da reserva amazônica Yasuni teve sua proibição aprovada por pouco menos de 59%, com quase todos os votos contados. O impedimento da mineração na floresta Choco Andino, perto de Quito, tem 68% de apoio.

A votação relacioanada a Yasuni -- que concede à petrolífera estatal Petroecuador um ano para encerrar a produção no bloco 43-ITT -- deve resultar na perda de cerca de 12% da produção de petróleo bruto do Equador, de 480.000 barris por dia (bpd).

A Petroecuador não respondeu imediatamente a um pedido de comentário, mas disse que um "sim" custaria ao Equador 13,8 bilhões de dólares em receita nas próximas duas décadas.

A proibição de Yasuni levará a uma redução de 1,9% no crescimento econômico projetado entre 2023 e 2026, disse o banco central do país na semana passada.

Dois outros blocos da Petroecuador na área não foram afetados.

A vitória do "sim" envia uma mensagem aos investidores "incluindo os principais bancos dos EUA e gestores de ativos, de que a era da extração descontrolada de recursos está chegando ao fim", disse Kevin Koenig, do grupo de defesa Amazon Watch.

Tanto as associações de petróleo quanto as de mineração disseram que suas indústrias são necessárias para sustentar a abalada economia e que as proibições exporiam as áreas à mineração ilegal e ao desmatamento.

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O referendo local de Quito destruirá seis concessões de ouro.

A Câmara de Mineração do Equador disse que a oposição à mineração em todo o país está bloqueando cerca de 1 bilhão de dólares em investimentos potenciais nos próximos dois anos.

(Reportagem de Alexandra Valencia e Julia Symmes Cobb; reportagem adicional de  Gloria Dickie, em Londres)

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