Dólar cai frente ao real com alívio externo e de olho em autoridades

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) -O dólar abriu esta terça-feira em queda frente ao real, uma vez que o apetite por risco global se recuperava após preocupações com a política monetária do Federal Reserve, enquanto investidores monitoram falas de uma série de autoridades brasileiras em eventos.

Às 9:34 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,69%, a 4,9449 reais na venda.

Na B3, às 9:34 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,79%, a 4,9545 reais.

Esse comportamento estava em linha com movimento visto no exterior, onde o dólar rondava a estabilidade frente a uma cesta de pares fortes e caía acentuadamente contra divisas emergentes ou sensíveis às commodities, como peso mexicano, rand sul-africano e dólar australiano.

"Acho que é um reflexo de alívio a risco, impulsionado prioritariamente pela queda no retorno dos Treasuries", disse à Reuters Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital, sobre a fraqueza generalizada do dólar neste pregão. "Isso deu espaço para uma inclinação a risco, sem dúvida."

Os rendimentos dos títulos soberanos norte-americanos caíam nesta manhã após terem atingido máximas em 16 anos recentemente, impulsionados em grande parte por temores de que a resiliência da economia dos EUA levará o Fed a adiar seu ciclo de afrouxamento monetário.

"O simpósio de Jackson Hole esta semana certamente vai balizar o mercado e fazer preço no dólar, pois o mercado está avaliando talvez que o Fed precise manter a política restritiva de juros altos por mais tempo", alertou Bergallo. A conferência de banqueiros centrais de Jackson Hole, organizada anualmente pelo Fed, começa na quinta-feira e se encerra no sábado.

Enquanto isso, no Brasil, vários operadores destacaram a Conferência Anual do Santander nesta terça-feira como um catalisador para o mercado de câmbio. Participam do evento o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto; o secretário extraordinário da reforma tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy; o relator da reforma na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB); o vice-presidente Geraldo Alckmin; e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

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Já o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, participa como palestrante da reunião do Conselho Superior de Economia (Cosec) da Fiesp.

O foco também segue sobre a votação do arcabouço fiscal na Câmara após alterações promovidas pelo Senado.

Na véspera, a divisa norte-americana fechou em alta de 0,26%, a 4,9792 reais na venda.

(Edição de Camila Moreira e Pedro Fonseca)

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