Ministro mantém prazo de Voa Brasil neste mês, mas não descarta atraso por demandas adicionais

Por Rodrigo Viga Gaier

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, reiterou nesta terça-feira que o programa que visa facilitar o acesso a passagens aéreas no país a determinados públicos deve começar ainda esse mês, mas não descartou um eventual atraso após nova demanda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

De acordo com o ministro, Lula quer que, além das passagens mais baratas, o Voa Brasil ofereça hospedagens mais acessíveis, criando uma espécie de pacote, o que envolveria o Ministério do Turismo. Isso, segundo França, pode adiar o começo do programa para setembro, visto que houve recentemente troca no comando da pasta, atrasando a avaliação da mudança.

"O programa vai começar gradualmente", afirmou o ministro a jornalistas antes da abertura de evento no Rio de Janeiro, acrescentando que os primeiros beneficiados devem ser aposentados e pensionistas que não viajaram de avião nos últimos 12 meses e teriam direito a até quatro passagens a preços menores.

O Voa Brasil, segundo França, terá capacidade de contemplar de 50 mil a 200 mil beneficiários e terá como foco períodos de baixa temporada.

123 MILHAS, GALEÃO

França também comentou sobre a crise envolvendo a plataforma de viagens 123 Milhas, afirmando que a regulação sobre o setor precisa ser aperfeiçoada.

No sábado, o Ministério do Turismo afirmou que considerava "grave" o anúncio da agência de viagens na última sexta-feira de suspender os pacotes e a emissão de passagens "promocionais", afetando viagens já contratadas.

França também afirmou que, até o momento, não recebeu um documento oficial da Changi, concessionária de Cingapura que administra o aeroporto internacional Tom Jobim, o Galeão, no Rio de Janeiro, de que desistiu da devolução do terminal.

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No ano passado, a empresa comunicou ao governo que pretendia devolver a concessão contratada ainda no governo da ex-presidente Dilma Rousseff. Neste ano, no entanto, a operadora anunciou ao governo que pretendia desistir da devolução.

No começo do mês, o TCU decidiu que concessionárias que operam no país podem voltar atrás no processo de devolução de concessões. Na ocasião, a Changi reafirmou seu interesse em buscar uma solução conjunta com o governo federal que permita manter a operação sobre o Galeão.

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