Sigma Lithium processa ex-CEO e nora por roubo de segredos comerciais

Por Jonathan Stempel

NOVA YORK (Reuters) - A Sigma Lithium, que produz metal usado em baterias de veículos elétricos, processou um ex-copresidente-executivo, acusando-o de roubar segredos comerciais para minar os esforços de venda da empresa.

A queixa foi apresentada na segunda-feira no tribunal federal de Manhattan contra Calvyn Gardner, que até janeiro era copresidente-executivo da Sigma ao lado de Ana Cabral-Gardner, de quem está em processo de divórcio e que permanece como presidente-executiva. Luisa Valim, nora de Gardner, também é ré.

O escritório de advocacia de Gardner não respondeu imediatamente aos pedidos de comentários nesta terça-feira. Valim não pôde ser contatada imediatamente.

A Sigma está sediada em Vancouver, no Canadá, mas opera principalmente no Brasil, e tinha um valor de mercado de cerca de 3,74 bilhões de dólares na segunda-feira.

O processo diz que Cabral-Gardner e Gardner lideram um fundo, A10 Investimentos, com uma participação de 44% na empresa, sendo que Cabral-Gardner detém 76% do fundo e Gardner detém 24%.

De acordo com a empresa, Valim traçou um esquema para roubar informações confidenciais "por vantagem e vingança" e para ganhar mais favores de seu sogro, após descobrir que ele pode não ter direito legal à metade dos bens conjugais no divórcio.

A Sigma disse que, logo após deixar a empresa em maio, Valim baixou e compartilhou com Gardner cerca de 80 mil documentos confidenciais de uma sala de dados para a qual o Bank of America, que vem trabalhando em negociações com potenciais compradores da Sigma, coordenou o acesso.

Segundo a empresa, esses arquivos incluíam documentos industriais e de mineração que eram o "ingrediente secreto" de seus negócios e que, se apropriados indevidamente, tirariam sua principal vantagem competitiva contra rivais de mineração e processamento de lítio.

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A ação busca danos não especificados e a devolução da propriedade indevidamente apropriada.

Em uma entrevista em 28 de julho, Cabral-Gardner disse que a Sigma estava buscando fortalecer sua "posição única competitivamente sustentável" na cadeia de suprimentos global.

"A empresa é o ativo", disse ela.

O Bank of America se recusou a comentar.

(Reportagem adicional de Tatiana Bautzer)

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