BTG e BofA elevam recomendação da Petrobras para "compra"

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O BTG Pactual e o BofA Research elevaram suas recomendações para a ação da Petrobras para "compra", dizendo ver menor risco associado à política de preços de combustíveis e possibilidade de pagamento de dividendos extraordinários.

O BTG citou o reajuste de combustíveis anunciado na semana passada como um dos motivos para a melhora da perspectiva sobre a estatal.

"A decisão da semana passada de aumentar os preços dos combustíveis marcou a queda de uma das últimas razões para nossa postura cautelosa de longa data sobre as ações", escreveram os analistas Pedro Soares e Thiago Duarte em relatório, que estabelece em 39 reais o preço-alvo para a ação da empresa.

A Petrobras aumentou em 16,3% os preços médios da gasolina vendida às distribuidoras e em 25,8% os do diesel, diante de uma defasagem em relação ao mercado internacional após a alta da cotação do petróleo, dirimindo riscos ao abastecimento.

A equipe do BTG disse ainda que havia "subestimado" os mecanismos de defesa dos estatutos da Petrobras e a proteção oferecida pela lei das estatais.

"Nós agora acreditamos (e esperamos) que a alocação de capital da Petrobras não pode ser tão facilmente gerenciada, protegendo os resultados, preservando seu balanço enxuto e melhorando a visibilidade de que os dividendos permanecerão mais fortes por mais tempo."

Os analistas citam ainda que, apesar de ruídos, as ações da nova diretoria da estatal vêm mostrando não apenas "um grau razoável de racionalidade", pois também têm evitado colocar algumas fortalezas financeiras e operacionais da Petrobras em risco.

Já o BofA disse que sua visão positiva está baseada na expectativa de distribuição extraordinária de dividendos, considerando que a companhia não pode reter caixa e que o governo brasileiro deve ser favorável ao pagamento devido à sua situação fiscal.

Pelos cálculos do banco, o "dividend yield" da Petrobras pode chegar a 19% no segundo semestre de 2023 e 22% em 2024.

Continua após a publicidade

"Outros fatores que sustentam nossa visão positiva para a Petrobras são: 1) forte crescimento da produção até 2028-29; e 2) uma política de preços de combustíveis mais alinhada com os preços internacionais, o que reduz as preocupações com influência do governo", disse a equipe do BofA, que elevou seu preço-alvo para a ação de 13,2 dólares para 18 dólares.

(Por Paula Arend Laier e Letícia Fucuchima)

Deixe seu comentário

Só para assinantes