Em Angola, Lula cobra que empresários façam investimentos e cita África como fronteira para expansão

Por Ricardo Brito

(Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou nesta sexta-feira, durante evento de encerramento de fórum econômico em Angola, que empresários façam investimentos e exaltou o continente africano como uma das fronteiras possíveis para a expansão das empresas.

"Eu queria fazer uma convocação para os empresários, e aqui queria falar para os empresários brasileiros", instou.

"Acho que é importante Jorge (Viana, da Apex), você, o Sebrae, a Fiesp com o companheiro Josué (Gomes), a CNI que agora vai ter um presidente que é preocupado com a indústria de verdade, o (Ricardo) Alban da Bahia, na hora que a gente tiver empresários preocupados com a indústria de verdade, de fazer investimento", afirmou.

Em sua fala, de improviso, Lula disse que, se houvesse mesmo preocupação do setor, não se tinha permitido uma "quebradeira" das empresas de engenharia brasileira. Foi uma referência a investigações da operação Lava Jato, que levaram à prisão de executivos de empreiteiras, multas bilionárias e grandes perdas de empregos e de competitividade.

"Faça uma licitação hoje para ver quantas empresas brasileiras aparecem e quantas estrangeiras? Um país que construiu uma das mais extraordinárias empresas de engenharia do planeta, ganhava concorrência no Oriente Médio, Miami, continente africano, latinoamericano. Destruíram", afirmou ele, em outro momento, numa referência indireta à Odebrecht, que foi alvo da operação policial.

O petista chegou a ser preso por 580 dias por condenação na Justiça decorrente da Lava Jato -- posteriormente todas as suas condenações foram anuladas por decisão do Supremo Tribunal Federal, permitindo-o a concorrer novamente ao Palácio do Planalto e vencer pela terceira vez a disputa presidencial.

"PÉ DE IGUALDADE"

O presidente afirmou que este é o momento de a região sul do planeta se colocar "em pé de igualdade" com o norte.

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O chefe do Executivo disse que não quer "tirar nada de ninguém", mas buscar uma posição de "pé de igualdade".

Lula aproveitou ainda para dizer que a intenção do governo brasileiros é que os empresários sejam a alavanca para a criação de empregos.

(Reportagem de Ricardo Brito, em Brasília)

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