Bancos chineses reduzirão juros de financiamento imobiliário enquanto crise aumenta

PEQUIM (Reuters) - Alguns bancos estatais chineses reduzirão em breve as taxas de juros sobre hipotecas existentes, disseram três fontes familiarizadas com o assunto nesta terça-feira, enquanto Pequim intensifica esforços para reanimar o setor imobiliário atingido pela crise de dívida.

O montante do corte de juros dos financiamentos atuais, que, se implementado, será o primeiro movimento desse tipo na China desde a crise financeira global, será diferente dependendo do tipo de cliente e da região em que ele está, afirmaram as fontes.

A redução poderá chegar aos 20 pontos básicos em alguns casos, disseram as fontes.

O Banco Popular da China (PBOC), banco central do país, não comentou o assunto.

A redução dos juros ocorrerá no meio de várias outras medidas de apoio imobiliário, econômico e de mercado que Pequim anunciou nas últimas semanas, à medida que aumentam as preocupações sobre a saúde da segunda maior economia do mundo.

O setor imobiliário, que representa cerca de um quarto da economia chinesa, passo de uma crise para outra desde 2021, e os temores de contágio se aprofundaram este mês após o estresse de liquidez na incorporadora Country Garden.

A expectativa é que os bancos chineses reduzam as taxas de juro das hipotecas existentes, após o BPC ter afirmado no início deste mês que orientará os bancos comerciais a fazê-lo.

O corte nos juros deverá pesar ainda mais sobre a margem líquida de juros do setor bancário (NIM) - um indicador-chave da rentabilidade - que caiu para um mínimo histórico no final do segundo trimestre, mostraram dados oficiais.

Os bancos chineses têm enfrentado dificuldades que incluem juros mais baixos e pressão do governo para apoiarem a economia, bem como inadimplência ​​de promotores imobiliários e veículos de financiamento de governos regionais (LGFV).

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Os financiamentos imobiliários da China totalizaram 38,6 trilhões de iuans (5,29 trilhões de dólares) no final de junho, representando 17% do total das carteiras de empréstimos dos bancos.

Zhu Qibing, analista do BOC International China, estima que a taxa média ponderada das novas hipotecas seja de 4,11%, enquanto a taxa média de todas as hipotecas existentes é pelo menos 100 pontos básicos mais elevada.

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