Setor de máquinas e equipamentos tem novo recuo na receita em julho

Por Patricia Vilas Boas

SÃO PAULO (Reuters) - O setor de máquinas e equipamentos registrou um novo recuo na receita líquida total em julho na comparação anual, com a piora nas atividades do mercado doméstico, mostraram dados divulgados nesta quarta-feira pela associação do setor.

De acordo com a Abimaq, a receita líquida total da indústria caiu 10,5% em julho ante o mesmo período no ano passado, a 23,72 bilhões de reais. O setor tem registrado uma série de quedas desde 2022.

"A gente estava na expectativa de números melhores para esse início de segundo semestre, mas novamente os números vieram fracos", disse a diretora-executiva de economia da Abimaq, Cristina Zanella, a jornalistas.

O consumo aparente de máquinas e equipamentos teve declínio de 9,9% ano a ano em julho, a 29,55 bilhões de reais, segundo dados da entidade. A carteira média de pedidos do setor teve queda de 5,2% sobre julho de 2022, para 10,7 semanas.

A entidade manteve previsão de queda de 3,4% no faturamento para o final do ano, mas segundo Zanella pode haver revisão para baixo.

"Os números de julho vieram muito fracos, então eu vou aguardar mais um período para poder fazer nossas revisões, mas provavelmente a gente vai revisar os números para baixo", ainda que os números do segundo semestre venham melhores, disse.

Os dados de importação e exportação do setor, em contraste, mantiveram a tendência de alta.

As importações de máquinas e equipamentos subiram 15,8% em julho frente ao mesmo mês do ano anterior, para 2,29 bilhões de dólares, já as exportações somaram 1,17 bilhão de dólares, um aumento de 16,7% na mesma base de comparação, ainda sem impacto negativo da valorização do real frente ao dólar.

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"O câmbio atual não tem inviabilizado as exportações, mas a gente já tem recebido queixas de que a rentabilidade já está diminuindo... Então, já começa a 'acender o sinal amarelo'", acrescentou Zanella.

Segundo a diretora-executiva, o início do ciclo de queda da taxa básica de juros e a sinalização do governo de adotar a política de "depreciação acelerada" de bens de capital só devem trazer resultados positivos em 2024. "Não será para esse ano, vai ser para o próximo ano."

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