Enauta planeja usar captação de R$1,1 bi para desenvolvimento de Atlanta, diz CEO

Por Rodrigo Viga Gaier

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A petroleira Enauta planeja usar a captação em operação com debêntures anunciada neste mês, de 1,1 bilhão de reais, para avançar com o projeto do campo de Atlanta, na Bacia de Santos, e para se proteger contra oscilações do barril de petróleo, disse nesta quinta-feira o diretor-presidente da empresa, Décio Oddone.

O investimento em Atlanta definido em 2022 apontava anteriormente para 1,2 bilhão de dólares, com a previsão de um sistema definitivo de produção, com seis poços e um navio plataforma do tipo FPSO, disse o executivo.

Mas a compra do navio, que iria consumir cerca de 500 milhões de dólares, foi cancelada, de acordo com Oddone, pontuando que a empresa optou por afretar a embarcação.

"A emissão foi de 1,1 bilhão de reais e, como houve o afretamento e não a compra, temos recursos para o fluxo de investimentos em Atlanta e para um colchão de liquidez para companhia, para capital de giro e enfrentar flutuações de preços de petróleo comuns nesse mercado", disse Oddone.

A perfuração dos poços já foi realizada e agora o campo está em fase de instalação de âncoras e de linhas de produção. "Tudo anda como era programado", adicionou o executivo, a jornalistas, em evento da FGV, no Rio de Janeiro.

O executivo destacou que no momento a Enauta não pensa em novas captações, uma vez que já há recursos suficientes para Atlanta.

A expectativa é que o sistema de produção definitivo esteja pronto em meados de 2024, com capacidade para produzir 50 mil barris ao dia.

O petróleo de Atlanta tem baixo teor de enxofre e menos poluentes, tipo cobiçado para produção de bunker, combustível para navegação, disse Oddone.

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"É um petróleo bem demandado e quem vai continuar extraindo no futuro é a empresa de baixo custo e menos emissão", explicou ele. "Tem um baixo efeito de emissão equivalente."

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