Porto de Açu terá usina de biometano a partir da cana em projeto com Coagro e ZEG Biogás
SÃO PAULO (Reuters) - A Cooperativa Agroindustrial do Estado do Rio de Janeiro (Coagro), a ZEG Biogás e o Porto do Açu assinaram um memorando de entendimento para implantação de uma usina de biometano no complexo portuário do norte fluminense, segundo anúncio das empresas nesta quarta-feira.
Com capacidade inicial de produção de 5 milhões de metros cúbicos por ano, a usina será a primeira do Estado do Rio de Janeiro a utilizar vinhaça (subproduto da cana-de-açúcar) para geração do biogás que posteriormente será processado em biometano -- combustível renovável equivalente ao gás natural.
Os primeiros estudos sobre o empreendimento preveem a implantação de uma unidade de produção de biometano com custos estimados em 60 milhões de reais.
Com a ampliação da disponibilidade de biomassa local, que será fornecida pela Coagro, os investimentos poderão ser ampliados, assim como a oferta de biometano para o mercado, apontaram as empresas.
No futuro, o projeto também poderá utilizar outros substratos agrícolas além da vinhaça para produzir o combustível renovável.
A expectativa é que a decisão de investimento ocorra no primeiro trimestre de 2024, para que a planta inicie operação comercial em 2025.
Pelo memorando assinado, a Porto do Açu atuará como plataforma de infraestrutura, fomentando o consumo do biometano nas instalações industriais, fazendo o transporte dos veículos de carga e providenciar equipamentos logísticos.
Já a ZEG Biogás proverá as soluções tecnológicas para geração do biogás e purificação em biometano, além de atuar como potencial investidor do projeto e comercializar com exclusividade todo o biocombustível produzido.
"O objetivo é viabilizar no Porto do Açu... uma oportunidade para a agroindústria fluminense, que já foi um importante produtor de cana-de-açúcar do país, e busca retomar sua posição de destaque", diz o comunicado.
Atualmente, o potencial de produção de cana na área de influência do Açu é de cerca de 2,1 milhões de toneladas por ano, segundo informações das empresas envolvidas no projeto.
(Por Letícia Fucuchima)
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