Demanda internacional por segurança é compensada por movimentos técnicos e dólar tem vaivém

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar alternava leves altas e baixas frente ao real nesta segunda-feira, ora acompanhando movimento global de busca por segurança em meio a novas tensões no Oriente Médio, ora refletindo vendas de agentes exportadores no mercado doméstico, em movimentos técnicos.

Às 10:26 (horário de Brasília), o dólar à vista operava estável, a 5,1622 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,35%, a 5,1780 reais.

As tropas israelenses ainda estavam lutando nesta segunda-feira para remover homens armados do Hamas, mais de dois dias depois que eles atravessaram a cerca de Gaza, e o Exército disse que em breve iria partir para ofensiva após a maior mobilização da história de Israel.

O país atacou o enclave palestino de Gaza no domingo, matando centenas de pessoas em retaliação a um dos maiores ataques já vistos por Israel, quando o Hamas matou 700 israelenses e sequestrou muitos outros.

"Olhando para o mercado, já vemos algumas consequências imediatas do ataque, como o aumento do preço do petróleo e maior aversão ao risco dos investidores", disse a Guide Investimentos em relatório a clientes.

"O maior risco para os ativos dos eventos que se desenrolaram no final de semana envolve o impacto inflacionário que ele pode causar, dado o aumento do preço de energia. No entanto, ainda está muito cedo para dizer que o ataque terá algum impacto prolongado no preço das commodities. De toda forma, cabe acompanhar a evolução do conflito, principalmente nesses primeiros dias, quando a incerteza ainda reina."

Como o dólar é considerado uma aposta segura em tempos de turbulência geopolítica ou econômica, o índice da divisa norte-americana frente a uma cesta de pares importantes avançava 0,20% nesta manhã, contaminando os movimentos cambiais ao redor do mundo.

Por outro lado, dando algum suporte para o real, o patamar elevado do dólar atraiu vendas de exportadores que aproveitam a alta da moeda para realizar lucros, disse Jefferson Rugik, presidente-executivo da Correparti Corretora.

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O dólar tem rondado os maiores patamares desde março contra o real nos últimos pregões, acompanhando um rali internacional da moeda diante da disparada dos rendimentos dos títulos norte-americanos, em meio a temores de que o Federal Reserve mantenha os juros mais altos por mais tempo.

Nesse contexto, as atenções dos investidores também estarão voltadas esta semana para os dados de preços ao consumidor nos EUA que serão divulgados na quinta-feira, que seguirão um relatório de empregos do governo surpreendentemente forte da semana passada.

Na sexta-feira, o dólar à vista fechou o dia cotado a 5,1621 reais na venda, em baixa de 0,13%.

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