Autoridades do BCE veem possibilidade de que altas nos juros possam ter acabado

Por Balazs Koranyi

MARRAKECH, Marrocos (Reuters) - O Banco Central Europeu (BCE) fez progressos significativos na redução da inflação em direção a sua meta, mas novos choques ainda podem exigir que a autoridade monetária continue um ciclo de aperto, agora pausado, disseram dois influentes membros do banco nesta quarta-feira.

O BCE elevou os juros em cada uma de suas últimas 10 reuniões, mas tem sinalizado uma pausa para outubro, com algumas autoridades argumentando que o banco já fez o suficiente, enquanto outros mantêm a possibilidade de mais aumentos.

"De modo geral, fizemos progressos importantes para que a inflação volte à meta, mas ainda temos um caminho longo e sinuoso pela frente", disse o presidente do banco central da Holanda, Klaas Knot, em uma conferência em Marrakech, no Marrocos.

"Acredito que a política neste momento está em uma boa posição... permaneceremos vigilantes e estamos prontos para ajustar ainda mais os juros se o processo de desinflação for interrompido."

Pablo Hernández de Cos, presidente do banco central da Espanha, disse que até mesmo a inflação subjacente, uma das principais preocupações de alguns, tem desacelerado -- portanto, a manutenção dos juros por algum tempo, antes dos cortes, é um cenário plausível.

De Cos disse que os preços de mercado pareciam sugerir que os investidores entenderam a mensagem do BCE e consideraram sua trajetória de política econômica confiável.

"Eles estão interpretando bem que pode ser necessário que a taxa atual permaneça nesse patamar por tempo suficiente, mas eles também esperam que os juros diminuam, o que, para mim, é uma espécie de confiança do mercado de que cumpriremos nosso mandato", disse De Cos em um evento separado em Marrakech, onde o encontro anual do Banco Mundial e do FMI está ocorrendo nesta semana.

Os mercados preveem juros estáveis até meados de 2024, antes de cortes modestos no segundo semestre do próximo ano.

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Ainda assim, De Cos acrescentou que novos choques podem surgir, o que exigiria decisões diferentes, já que a incerteza sobre as perspectivas econômicas tem sido especialmente alta.

A inflação deve cair para perto de 3% até o final deste ano e, em seguida, estagnar durante a maior parte do próximo ano, antes de cair novamente em 2025.

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