Ibovespa busca trégua após duas quedas, mas Petrobras pesa

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa buscava uma trégua nesta quinta-feira, após duas quedas consecutivas, mas o movimento era dificultado pelo declínio das ações Petrobras, seguindo o recuo do preço do petróleo no exterior, bem como pela manutenção do avanço nos rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano.

Agentes financeiros também aguardam discurso do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, prevista para as 13h (horário de Brasília), sem tirar do radar situação no Oriente Médio.

Às 10h47, o Ibovespa subia 0,15%, a 114.234,58 pontos. O volume financeiro somava 2,6 bilhões de reais.

"Os rendimentos dos Treasuries se mantêm em alta...dada a sensação de que o Fed manterá juros em níveis elevados por mais tempo, diante de sinais de solidez da economia americana", afirmou a equipe da mesa de renda variável da XP Inc. em nota enviada a clientes.

O retorno do Treasury de dez anos marcava 4,9343%, flertando com o patamar psicológico de 5%, que não é visto desde 2007.

Nesse contexto, as atenções se voltam para a participação de Powell em evento em Nova York. Apesar da maioria das apostas apontar estabilidade dos juros nos EUA na faixa de 5,25% para 5,50% na decisão que será anunciada em 1 de novembro, ainda é elevada a incerteza sobre o que acontecerá depois disso.

"Quando vejo os títulos de 10 anos dos EUA vendidos de forma agressiva, apesar das elevadas tensões geopolíticas, concluo que há potencial para um novo aumento (de juros)", avaliou a analista sênior Ipek Ozkardeskaya, do Swissquote Bank, em nota enviada a clientes.

"E um movimento no rendimento dos títulos de 10 anos dos EUA acima da marca de 5% certamente aumentará a pressão de venda no S&P 500 no meio da temporada de balanços – independentemente de quão bons ou ruins sejam os resultados", acrescentou.

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Em Nova York, O S&P 500 tinha variação positiva de 0,04%, com os balanços de Tesla e Netflix também ocupando as atenções.

DESTAQUES

- PETROBRAS PN recuava 1,30%, a 38,02 reais, em dia de queda dos preços do petróleo no exterior, com o barril de Brent sendo negociado com declínio de 1,25%. Na véspera, as ações da Petrobras renovaram máximas históricas.

- EZTEC ON subia 3,16%, a 15,68 reais, em dia de recuperação de construtoras, com o índice do setor imobiliário, que inclui ainda empresas de shopping centers, em alta de 1,25%, apoiado no alívio na curva de juros.

- COPEL PNB avançava 2,84%, a 8,32 reais, após divulgar que seu programa de demissão voluntária (PDV) teve adesão de 1.437 funcionários, com custo estimado de 610 milhões de reais referentes a indenizações e despesas adicionais.

- GRUPO SOMA ON tinha valorização de 2,67%, a 5,38 reais, com papéis sensíveis a juros também buscando alguma melhora em meio ao alívio nas taxas dos contratos de DI. O índice do setor de consumo na B3 subia 0,5%.

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- MAGAZINE LUIZA ON cedia 2,89%, a 1,68 real. Na véspera, a ação chegou a saltar 7,7% na máxima do pregão, mas fechou o dia com elevação mais modesta, de 2,4%.

- VALE ON subia 0,11%, a 65,43 reais, em meio ao avanço dos futuros do minério de ferro na China, embora a produção de aço mais fraca do que o esperado tenha limitado a alta. O contrato mais negociado em Dalian subiu 0,4% nas negociações diurnas.

- ITAÚ UNIBANCO PN mostrava ganho de 0,67%, a 26,93 reais, e BRADESCO PN subia 0,14%, a 14,38 reais.

- RUMO ON valorizava-se 1,13%, a 21,54 reais, endossada por relatório de analistas do Citi elevando a recomendação para a ação para compra, bem como o preço-alvo para 27 reais, de 25,50 reais anteriormente.

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